A declaração conjunta enfatizou a crítica à hegemonia de grupos monopolistas no setor de tecnologia da informação e internet. O grupo rejeitou os monopólios tecnológicos e outras práticas injustas que dificultam o desenvolvimento tecnológico dos países em desenvolvimento. Segundo a declaração, os Estados que possuem o monopólio no ambiente das tecnologias de informação e comunicação não devem utilizar essas ferramentas como forma de limitar o desenvolvimento econômico e tecnológico de outros Estados. O grupo apelou à comunidade internacional para que promova um ambiente aberto, justo, inclusivo e não discriminatório para o desenvolvimento científico e tecnológico.
A declaração também ressaltou a importância do acesso equitativo dos países em desenvolvimento a medidas, produtos e tecnologias relacionados à saúde, especialmente no contexto da prevenção de pandemias. Além disso, apontou para o papel da tecnologia no enfrentamento das mudanças climáticas, ressaltando que as barreiras tecnológicas limitam a adaptação às alterações climáticas e a implementação das Contribuições Nacionais Determinadas (NDC) por parte dos países em desenvolvimento.
Outro ponto importante abordado na declaração foi a rejeição à imposição de leis e medidas econômicas com impacto extraterritorial e sanções unilaterais contra países em desenvolvimento. O grupo ressaltou a necessidade de eliminar essas ações, enfatizando que elas não apenas prejudicam os princípios estabelecidos na Carta das Nações Unidas e no direito internacional, mas também afetam negativamente o avanço da ciência, tecnologia e inovação, bem como o desenvolvimento econômico e social.
Durante a cúpula, o presidente Lula também fez um discurso criticando o embargo econômico dos Estados Unidos contra Cuba. Essa foi a primeira viagem oficial de um presidente brasileiro ao país caribenho em nove anos, desde a visita da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014.
Após a cúpula em Havana, o presidente Lula seguirá para Nova York, nos Estados Unidos, onde fará o primeiro discurso do debate geral da 78ª Assembleia Geral da ONU. Será a oitava vez que Lula abrirá o debate geral dos chefes de Estado, sendo que ele só não compareceu em 2010 durante seus dois primeiros mandatos como presidente do Brasil.
Além do discurso na ONU, Lula também participará do lançamento de uma iniciativa global para a promoção do trabalho decente, ao lado do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Estão agendadas outras reuniões bilaterais, multilaterais e ministeriais entre os países participantes e diversos organismos internacionais durante a assembleia. Ministros brasileiros também acompanharão Lula em reuniões temáticas nas áreas de direitos humanos, saúde e desarmamento.