Tayná Leite, Gerente Sênior de Direitos Humanos e Trabalho do Pacto Global da ONU no Brasil, explica que uma das estratégias adotadas para combater a discriminação racial é estabelecer uma meta para que as empresas tenham 50% de pessoas negras em posições de liderança até o ano de 2030. Atualmente, apenas 29,5% dos cargos gerenciais nas companhias são ocupados por negros, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a ONU, essa assinatura do documento representa um posicionamento público a favor das temáticas relacionadas à representatividade, pertencimento e empoderamento da população negra. O Pacto de Promoção da Equidade Racial atualmente conta com 55 empresas signatárias e tem como objetivo implementar ações afirmativas para melhorar a qualidade do ensino público brasileiro e a formação de profissionais negros.
Além da equidade racial, a igualdade de gênero também é uma questão fundamental para o Pacto Global da ONU no Brasil. A entidade está convidando empresas a reconhecerem a urgência e a necessidade de promoverem ações concretas nesse sentido. Uma dessas ações é a adesão ao movimento Elas Lideram 2030, liderado pela ONU Mulheres, que busca alcançar a igualdade de gênero através do empoderamento feminino e da promoção de mulheres em cargos de liderança. A meta é ter mais de 1.500 empresas comprometidas e alavancar 11 mil mulheres para cargos de alta liderança até 2030.
A proposta desse movimento inclui a luta contra a violência de gênero, o enfrentamento a assédios moral e sexual, a sobrecarga nos cuidados e a desigualdade de remuneração. Para alcançar os objetivos do Elas Lideram 2030, é necessário que as empresas foquem em capacitação e oportunidades igualitárias de promoção nas carreiras.
O Banco do Brasil é embaixador desses e outros três movimentos dentro do Pacto Global da ONU no Brasil. Tarciana Medeiros, presidente do Banco, ressalta a importância de estar à frente de uma empresa alinhada com os objetivos de desenvolvimento sustentável. Ela destaca que sua trajetória profissional ilustra as desigualdades raciais e de gênero presentes no país, mas também mostra que é possível superá-las.
No Banco do Brasil, a preocupação é levar a cultura da diversidade para além das portas da instituição e impactar comunidades em todo o país. A inclusão e equidade também devem ser buscadas no mercado como um todo.
Em resumo, o Pacto Global da ONU no Brasil busca promover a equidade racial e de gênero dentro das empresas, através de parcerias, movimentos e metas específicas. Essa busca pela diversidade no ambiente corporativo é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.