BRASIL – “Centro de Avaliação e Monitoramento dos Jogos da Juventude analisa dados para estudos sobre as novas gerações do esporte brasileiro”

A edição deste ano dos Jogos da Juventude chegou ao fim no sábado passado (16), porém, o trabalho sobre o evento continua. Os profissionais do Centro de Avaliação e Monitoramento estão apenas começando a analisar as informações coletadas durante as duas semanas de competição, realizada em Ribeirão Preto, São Paulo. Esses dados serão a base para estudos sobre as novas gerações do esporte brasileiro.

A estrutura montada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) no Centro de Eventos Taiwan serviu como área de convivência dos atletas e também como local onde foram realizadas as análises. Os avaliadores, os mesmos que trabalham com esportistas olímpicos e seleções de base no Centro de Treinamento do Time Brasil, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, levaram em conta aspectos como antropometria (estudo de medidas corporais), potência de membros superiores e inferiores, agilidade e corrida.

De acordo com Felipe Lucero, supervisor de Ciência e Tecnologia Esportiva do COB, a iniciativa de criação do Centro de Avaliação e Monitoramento existe desde 2019 nos Jogos da Juventude. O objetivo é coletar informações e criar um grande banco de dados para que os professores possam comparar seus atletas com os melhores do Brasil na mesma faixa etária, criando uma referência para as escolas. O COB trouxe para o evento a estrutura do Centro de Treinamento, porém, os testes podem ser reproduzidos nas escolas utilizando materiais simples e baratos.

Desde 2019, as informações de mais de 10 mil jovens que participaram dos Jogos da Juventude foram compiladas e analisadas. Alguns atletas participaram de mais de uma edição do evento e tiveram suas evoluções analisadas em momentos diferentes. A ideia é que as primeiras análises com base nesses dados sejam divulgadas no início de 2024, com o estudo apresentando cortes por idade, sexo, modalidade, região e estado.

Segundo Lucero, muitas vezes os professores têm uma percepção distorcida do atleta por compará-lo apenas com seu próprio grupo. Ao terem como referência os melhores atletas da mesma faixa etária, os professores poderão ampliar sua visão e identificar talentos que merecem um olhar mais atento para um desenvolvimento mais efetivo.

A coleta de dados também tem como objetivo compreender como esses jovens se tornaram atletas olímpicos caso alcancem esse nível. A história dos Jogos da Juventude já mostrou que o evento foi parte da caminhada de alguns atletas medalhistas olímpicos, como Sarah Menezes, ou de nomes importantes no esporte brasileiro, como Darlan Romani, Hugo Calderano e Etiene Medeiros.

Felipe Lucero destaca que esse tipo de estudo permite olhar para trás e entender quando um atleta começou a se destacar. Os resultados podem indicar que outros atletas na mesma faixa etária e função também tenham potencial para se tornarem grandes nomes do esporte. Mesmo que o caminho até as Olimpíadas seja longo e complexo, esses dados podem ser uma referência importante para futuras avaliações.

Os Jogos da Juventude do próximo ano serão realizados em Blumenau, Santa Catarina, e em 2025 o evento acontecerá em Brasília.

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