No comunicado da última reunião, realizada no início de agosto, o Copom informou que os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, concordaram por unanimidade com cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros. Segundo o Boletim Focus, pesquisa semanal realizada com analistas de mercado, a taxa básica deverá cair realmente 0,5 ponto percentual, embora algumas instituições projetem um corte de até 0,75 ponto. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,75% ao ano. A decisão será anunciada pelo Copom na quarta-feira (20).
Na ata da última reunião, o Copom também destacou que a evolução do cenário econômico e a forte queda da inflação permitiram “acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”. Após uma série de comunicações mais rígidas no início do ano, em que não descartava a possibilidade de aumentar a taxa Selic, o Copom mudou de postura devido ao comportamento dos preços.
Apesar do recuo da inflação, o Copom informou que alguns preços ainda estão subindo ou caindo menos do que o previsto. De acordo com o órgão, a redução dos juros será realizada de forma conservadora. Segundo a última pesquisa do Boletim Focus, as expectativas de inflação têm diminuído e a estimativa para este ano passou de 4,93% para 4,86%.
A taxa básica de juros é utilizada nas negociações de títulos públicos e serve como referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, busca-se conter a demanda aquecida, o que pode refletir nos preços, uma vez que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, podendo dificultar a expansão da economia. Por outro lado, ao reduzir a Selic, espera-se que o crédito fique mais acessível, incentivando a produção e o consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
A meta de inflação para este ano é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. No último Relatório de Inflação, divulgado em junho, o Banco Central reconheceu a possibilidade de leve estouro dessa meta em 2023, estimando que o IPCA atingirá 5%. O próximo relatório será divulgado no final de setembro.