BRASIL – Uso de linguagem capacitista reforça preconceito contra pessoas com deficiência, alertam especialistas

O uso de linguagem capacitista, ou seja, expressões preconceituosas e ofensivas em relação às pessoas com deficiência, foi tema de debate em uma roda de conversa promovida pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo no Museu da Inclusão. A discussão ocorreu como parte da programação do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, que será comemorado nesta quinta-feira (21). O objetivo era refletir sobre como esse tipo de linguagem pode reforçar estereótipos e dificultar a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.

Durante o evento, o secretário dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marcos da Costa, ressaltou a importância de dirigir-se às pessoas com deficiência de forma respeitosa e igualitária. Segundo ele, a linguagem capacitista diminui a condição do cidadão, negando sua cidadania e seus direitos. Expressões como “deu uma de João sem braço” ou “como cego em tiroteio” são exemplos desse tipo de linguagem preconceituosa.

Ana Clara Schneider, fundadora e diretora executiva da agência Sondery, explicou que a linguagem capacitista reforça estereótipos e preconceitos relacionados à deficiência. Ela ressaltou que a mudança desse tipo de linguagem é fundamental para garantir a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.

Silvana Pereira Gimenes, coordenadora do programa de Emprego Inclusivo da Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência, destacou a importância de superar o imaginário popular que perpetua expressões capacitistas. Ela ressaltou que é preciso desconstruir os estereótipos e reconhecer a responsabilidade social da comunicação.

Para combater o capacitismo na linguagem, é essencial ouvir as pessoas com deficiência e ter um contato mais próximo com elas. O ator e digital influencer Fábio de Sá destacou a importância da comunicação para quebrar as barreiras existentes. Além disso, é necessário que as pessoas se policiem e evitem expressões capacitistas em seu vocabulário.

O secretário Marcos da Costa ressaltou a importância da educação inclusiva e da utilização de expressões que demonstrem respeito e inclusão de todos. Ele enfatizou que eliminar o capacitismo na linguagem deve ser um esforço contínuo e um hábito. Ana Clara Schneider reforçou a importância de considerar a deficiência como uma característica, sem associá-la à incapacidade. Ela enfatizou que valorizar as pessoas por suas habilidades e utilizar uma linguagem inclusiva beneficia a todos.

Em suma, a roda de conversa sobre linguagem capacitista trouxe à tona a necessidade de eliminar expressões preconceituosas e ofensivas em relação às pessoas com deficiência. A linguagem capacitista perpetua estereótipos e dificulta a inclusão dessas pessoas na sociedade. É fundamental adotar uma linguagem inclusiva e respeitosa, reconhecendo a igualdade de direitos e valorizando as pessoas por suas habilidades. O combate ao capacitismo na linguagem deve ser um esforço contínuo e um hábito, visando construir uma sociedade mais inclusiva.

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