BRASIL – Justiça impede quebra indiscriminada de sigilo de buscas sobre Marielle Franco, decide presidente do STF.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, emitiu seu voto nesta sexta-feira (22) a favor de um recurso apresentado pelo Google para evitar a quebra irrestrita de sigilo de pessoas não identificadas que buscaram informações sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.

A plataforma recorreu ao STF após a Justiça determinar que fossem identificados os dados de um grupo indeterminado de pessoas que realizaram pesquisas sobre a vereadora dias antes de seu assassinato. Essa medida foi tomada como parte da investigação para descobrir os mandantes do crime.

Rosa Weber, relatora do processo, ressaltou a importância da investigação, mas argumentou que a quebra indiscriminada de sigilo seria desproporcional e poderia afetar até mesmo usuários comuns que buscaram informações sobre a morte da vereadora devido à grande repercussão na imprensa.

A ministra destacou que um grande número de usuários não relacionados a atividades ilícitas teria seus sigilos invadidos, o que demonstra uma invasão indevida e uma medida excessivamente desproporcional. De acordo com Weber, isso violaria os direitos dos usuários.

O caso está sendo julgado pelo plenário virtual do STF, uma modalidade em que os ministros inserem seus votos em um sistema eletrônico, sem a necessidade de deliberação presencial. A votação seguirá até o dia 29 de setembro.

Marielle Franco foi uma vereadora do Rio de Janeiro conhecida por defender os direitos humanos e denunciar a violência policial. Seu assassinato chocou o país e até hoje a investigação para encontrar os mandantes do crime ainda está em andamento.

O recurso apresentado pelo Google busca assegurar a privacidade dos usuários que realizaram pesquisas relacionadas ao caso. Para a plataforma, a quebra indiscriminada de sigilo pode prejudicar pessoas que não possuem relação com o crime.

Neste sentido, o voto de Rosa Weber representa uma preocupação com as garantias individuais dos cidadãos, buscando equilibrar a necessidade da investigação e o respeito aos direitos fundamentais.

Resta aguardar os demais votos dos ministros do STF para que seja definido o resultado final do julgamento. A decisão será de extrema importância para estabelecer até que ponto a privacidade dos usuários pode ser violada em nome das investigações criminais.

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