Em alusão ao Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio, a Sesau busca seguir as diretrizes defendidas pela médica psiquiatra alagoana Nise da Silveira, que enfatiza a humanização do atendimento às pessoas em sofrimento mental. A ação será coordenada pelos técnicos da Supervisão de Atenção Psicossocial da Sesau.
Durante dois dias, esses profissionais irão oferecer atendimentos psicológicos e psiquiátricos aos moradores dos quilombos Jacu e Mocó que necessitarem de assistência em saúde mental. Além disso, serão realizadas capacitações para os profissionais da Secretaria de Saúde de Poço das Trincheiras, com foco nas notificações de lesões provocadas e serão feitas visitas domiciliares, oficinas de artesanato e rodas de conversa com as mulheres quilombolas.
Paralelamente, técnicos da Supervisão de Atenção às Pessoas com Deficiência farão um rastreamento dos quilombolas que possam apresentar Transtorno do Espectro Autista (TEA). Serão disponibilizadas ainda vacinas e exames médicos para os moradores, em parceria com a Gerência de Atenção Primária (GAP) e a Assessoria Técnica em Doenças Imunopreveníveis e Vacinação (ATI).
De acordo com Tereza Cristina Tenório, supervisora de Atenção Psicossocial da Sesau, o objetivo principal dessas ações é trabalhar a saúde mental da população quilombola, resgatando sua identidade cultural. Segundo Tenório, os moradores das comunidades Jacu e Mocó têm apresentado diversos quadros de doenças mentais, como depressão, ansiedade e suicídio. Por isso, o projeto “Nise Presente nos Quilombos” busca atender essa demanda e oferecer assistência na área de saúde mental.
Além das ações voltadas para a saúde mental, o projeto também promoverá atividades culturais, como oficinas de batuque para adolescentes e oficinas de turbantes e tranças para as mulheres, com o objetivo de resgatar a cultura afro e promover o empoderamento feminino. A iniciativa conta com a parceria da Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seads), Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh) e Instituto de Identificação e Expresso da Cidadania da Defensoria Pública.
O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, ressalta que essa iniciativa busca atender às especificidades das comunidades quilombolas de Poço das Trincheiras, que muitas vezes enfrentam dificuldades para receber assistência na área da saúde, principalmente em relação à saúde mental. Para Miranda, é fundamental promover uma intervenção voltada à assistência psicossocial, considerando o elevado número de quilombolas em sofrimento mental.
Dessa forma, o projeto “Nise Presente nos Quilombos” busca não apenas cuidar da saúde mental da população quilombola, mas também resgatar sua identidade cultural e proporcionar uma melhor qualidade de vida para essas comunidades. A Sesau e seus parceiros destacam a importância de fortalecer esse tipo de ação, visando a promoção de uma saúde integral e o combate ao estigma relacionado às doenças mentais.
