BRASIL – Justiça determina reintegração de alunos expulsos da Unisa por atos obscenos durante jogo de vôlei feminino.

A Justiça Federal de São Paulo decidiu na terça-feira (26) que os 15 alunos que foram expulsos da Faculdade de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) devem ser reintegrados. Essa decisão veio após vídeos polêmicos feitos em abril viralizarem nas redes sociais, mostrando os alunos nus e tocando em suas partes íntimas durante os jogos universitários. O caso tramita sob sigilo de Justiça, segundo o Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

O advogado da Unisa, Marco Aurélio de Carvalho, disse à reportagem da Agência Brasil que a universidade cumprirá a determinação judicial com tranquilidade. Ele informou que a decisão também determina que a instituição instaure uma comissão de sindicância para apurar os fatos. Segundo o advogado, a Unisa já iniciou esse procedimento e todos terão direito a se defender. Se for constatada alguma injustiça, as penalizações serão revistas, mas se for comprovado o contrário, as penalizações serão mantidas.

Os vídeos que viralizaram nas redes sociais mostram os estudantes de Medicina da Unisa correndo pelados e tocando em suas partes íntimas durante um jogo de vôlei feminino entre a equipe da Unisa e a do Centro Universitário São Camilo. O episódio ocorreu durante a Calomed, evento universitário que reúne estudantes de Medicina, em São Carlos, no interior de São Paulo, entre os dias 28 de abril e 1º de maio.

No dia 18 de setembro, a Unisa comunicou a decisão de expulsar os alunos identificados nos vídeos, repudiando a conduta dos estudantes. A universidade levou o caso às autoridades e afirmou que a punição máxima prevista no regimento foi aplicada aos alunos envolvidos. Já o Centro Universitário São Camilo decidiu não expulsar os alunos, optando por medidas socioeducativas.

Na semana passada, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar os atos obscenos e a importunação sexual praticados pelos estudantes universitários. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a Delegacia de Investigações Gerais de São Carlos está conduzindo o caso. Os alunos envolvidos serão chamados para prestar depoimento e os vídeos serão periciados pelo Instituto de Criminalística, além de estarem sendo analisados pela área de inteligência da Polícia Civil.

O caso levanta discussões sobre a disciplina e o respeito no ambiente universitário. A reação das instituições revela a divergência de opiniões sobre a melhor maneira de lidar com esse tipo de comportamento. Enquanto a Unisa optou pela expulsão dos alunos, o Centro Universitário São Camilo tratou o caso como uma questão estrutural, buscando promover uma mudança de comportamento através de ações socioeducativas e apoio psicológico aos envolvidos.

É importante ressaltar que atitudes como essas são inaceitáveis e configuram crimes relacionados à importunação sexual e à exposição indecente. A investigação policial irá esclarecer os fatos e os responsáveis poderão enfrentar as consequências legais de suas ações.

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