Atualmente, a modalidade de crédito rotativo possui uma das taxas mais altas do mercado, chegando a 445,7% ao ano em agosto para pessoas físicas, enquanto a média das taxas do cartão de crédito é de 101,5% ao ano. Para resolver esse problema, o presidente do BC afirmou que é necessário um debate amplo em conjunto com o Ministério da Fazenda.
Uma das principais propostas em discussão é a limitação dos juros do crédito rotativo. A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal aprovou um projeto nesse sentido, que prevê que as empresas emissoras de cartão terão 90 dias para encaminhar ao Conselho Monetário Nacional (CMN) uma proposta de regulamentação com a definição desse teto. Caso não o façam, os juros não poderão ser maiores que o valor original da dívida.
No entanto, a proposta tem recebido críticas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que argumenta que essa medida poderia tornar os cartões inviáveis e reduzir a oferta de crédito. A Febraban espera encontrar uma solução no mercado dentro do prazo previsto pela lei, se aprovada.
Outro ponto em discussão é a possível limitação ou taxação do parcelamento de compras no cartão de crédito, que também tem enfrentado resistência por parte de vários setores. Campos Neto afirmou que esse tema será debatido no CMN e que será buscada uma solução mais estrutural de longo prazo.
Além das discussões sobre os juros do cartão de crédito, o presidente do BC manifestou apoio à mobilização dos servidores do Banco Central, que solicitam a reestruturação da carreira e a criação de um bônus de produtividade. Campos Neto se comprometeu a fazer todo o possível para corrigir as distorções e valorizar a carreira dos servidores.
É importante ressaltar que as altas taxas de juros já eram objeto de estudo pelo Banco Central e pelas próprias instituições financeiras. A regulamentação dos juros do crédito rotativo é uma questão crucial para garantir a sustentabilidade do mercado de crédito no país. A busca por uma solução que equilibre os interesses de consumidores, instituições financeiras e governo é essencial para garantir uma economia saudável e inclusiva.