Segundo o presidente do STF, as instituições saíram vitoriosas, contando com o apoio indispensável da sociedade civil, da imprensa e do Congresso Nacional. Além disso, Barroso reconheceu o papel das Forças Armadas, que não sucumbiram ao golpismo no momento crucial.
Em relação ao Judiciário, o ministro ressaltou que o Supremo não pratica ativismo judicial e cumpre sua função de maneira adequada. Ele destacou a importância do tribunal agir com autocontenção e em harmonia com os demais Poderes da República, buscando o diálogo com a sociedade.
Ao agradecer sua indicação ao Supremo pela ex-presidente Dilma Rousseff, Barroso ressaltou a postura republicana da então presidente, afirmando que ela não pediu, insinuou ou cobrou nada em relação à sua nomeação.
Por fim, o presidente do STF enfatizou a atuação do tribunal em prol dos direitos fundamentais. Ele mencionou o reconhecimento de importantes direitos da população negra e da comunidade LGBTQIA+, validando as ações afirmativas como essenciais para combater o racismo estrutural.
A cerimônia de posse contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, além dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, entre outras autoridades.
Luís Roberto Barroso assumiu a presidência do STF para um mandato de dois anos, que se estenderá até outubro de 2025. Ele ocupou a vaga deixada por Rosa Weber, que se aposentará compulsoriamente ao completar 75 anos.
Com um perfil acadêmico sólido, Barroso chegou ao Supremo em 2013, indicado por Dilma Rousseff para substituir o ministro Carlos Ayres Britto. Ele possui doutorado em direito público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e mestrado em direito pela Yale Law School, nos Estados Unidos. Antes de ingressar no Supremo, atuou como advogado privado e defendeu diversas causas na Corte, como a interrupção da gravidez em casos de fetos anencéfalos, pesquisas com células-tronco, união homoafetiva e a defesa do ex-ativista Cesare Battisti.