De acordo com o último levantamento da Secretaria de Estado de Prevenção da Violência (Seprev), de janeiro a setembro de 2023, foram encaminhadas 4.408 pessoas dependentes químicas para comunidades terapêuticas credenciadas pela Rede Acolhe. Dessas, 2.126 estavam envolvidas no uso do crack, representando quase 50% dos casos.
A superintendente de Políticas sobre Drogas da Seprev, Lideilma Alves, destaca que a progressão do uso do crack para a dependência é considerada um problema de saúde pública. Ela ressalta as ações do Governo do Estado para enfrentar essa droga e chama a atenção dos pais e responsáveis para a vulnerabilidade das crianças e adolescentes.
Os efeitos nocivos do crack no organismo são diversos, desde sintomas comuns, como taquicardia, convulsões e espasmos musculares, até danos em órgãos importantes como o coração, rins, fígado e cérebro. Além disso, o uso do crack leva à perda de peso significativa, fragiliza a saúde do usuário e causa problemas de saúde mental, como ansiedade, paranoias e comportamentos agressivos.
Para combater essa realidade preocupante, o Governo do Estado oferece tratamento por meio da Rede Acolhe. O programa conta com 33 comunidades terapêuticas, onde os dependentes químicos são acompanhados por uma equipe multiprofissional durante todo o processo de recuperação.
Um exemplo de sucesso desse programa é Walter da Silva Santos, de 55 anos. Ele perdeu os vínculos sociais e abandonou a vida familiar para morar na rua, dependendo do auxílio do governo e de instituições filantrópicas. No entanto, após ser convidado por uma conhecida para participar do tratamento, Walter teve uma transformação em sua vida. Agora, ele está totalmente recuperado e enxerga a qualificação profissional como um passo importante para resgatar sua dignidade.
O ex-acolhido concluiu o tratamento e ingressou em um curso profissionalizante de manutenção de ar condicionados split, oferecido pelo Estado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Ele destaca a importância do trabalho social da Rede Acolhe para a reinserção social dos dependentes químicos e encoraja todos que lutam contra a dependência a abraçar as oportunidades oferecidas.
Em resumo, o Dia Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Crack busca conscientizar a população sobre os riscos do consumo dessa droga. Além disso, o Governo do Estado oferece tratamento por meio da Rede Acolhe, que acompanha os dependentes químicos durante todo o processo de recuperação. A história de Walter é um exemplo de superação e mostra como a qualificação profissional pode ser um caminho para uma vida melhor.