EDITORIAL – Silêncio ensurdecedor: a inércia da Câmara Municipal sobre compra de hospital

É de se espantar o descaso com que a Prefeitura, sob o comando do prefeito JHC, opera. Mais ainda é o ensurdecedor silêncio dos órgãos responsáveis pela fiscalização e zelo do bem público. Há um alarmante vazio no que se refere à responsabilidade, compromisso e diligência necessários para proteger a população e seus recursos.

É quase inacreditável como, diante dos olhos atentos de todos, o erário público é desrespeitado e o dinheiro dos contribuintes parece evaporar, sem que haja qualquer ação efetiva para impedir ou, ao menos, responsabilizar os culpados. Onde estão os órgãos que, em teoria, deveriam ser os guardiões da ordem e do bem-estar público?

Operações são realizadas, anúncios grandiosos são feitos, mas, no final das contas, o dinheiro que desaparece nunca retorna. E, como um roteiro repetitivo, os órgãos fiscalizadores, após longos períodos de silêncio, eventualmente afirmam ter identificado irregularidades, mas raramente conseguem recuperar o que foi perdido.

A inércia da Câmara Municipal, que deveria ser o principal espaço de fiscalização e representação popular, é notória. Como pode um órgão tão crucial para o equilíbrio democrático se mostrar tão apático diante de tais situações? O que dizer então do Ministério Público, cujo papel é defender os direitos da sociedade e zelar pela boa aplicação das leis?

Neste cenário, a palavra “irresponsabilidade” parece branda. Estamos diante de uma apatia sistêmica, uma descrença que beira o cínico.

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