O deputado, que já foi secretário de Saúde do Estado e responsável pela abertura de seis hospitais públicos, destacou a carência de leitos na capital alagoana. Ele questionou o investimento de R$ 266 milhões em um hospital verticalizado na parte alta de Maceió, afirmando que esses recursos poderiam ter sido utilizados para tratar pacientes que estão aguardando tratamento de câncer ou as mais de 2 mil crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) na cidade. Ayres deixou claro que o problema não é a existência do hospital, mas sim a forma como a compra foi realizada, sem fornecer informações claras para a população.
O líder do Governo, deputado Silvio Camelo (PV), trouxe o questionamento do ex-governador Renan Filho sobre o fato de a compra do Hospital do Coração ter custado o mesmo valor de três novos hospitais públicos já equipados na gestão anterior. Camelo ressaltou que o valor investido não é proveniente de receita, mas sim de indenizações da empresa Braskem. Ele levantou uma série de dúvidas sobre esse investimento milionário, como a situação dos moradores que ainda não foram indenizados e a compatibilidade desse valor com a realidade do mercado. Camelo sugeriu que a Prefeitura de Maceió forneça explicações sobre a compra e seja cobrada pela Câmara Municipal.
O deputado Ronaldo Medeiros (PT) também se pronunciou, lembrando que o Hospital do Coração ainda precisará de investimentos em equipamentos, o que aumentará ainda mais o custo final da compra. Ele ressaltou que essa aquisição foi feita com o sofrimento das pessoas que foram expulsas de suas casas devido à mineração da Braskem. Dudu Ronalsa (MDB) reforçou a importância de indenizar os moradores afetados pela Braskem.
Diante desse debate, fica evidente a necessidade de transparência por parte da Prefeitura de Maceió em relação à compra do Hospital do Coração. É essencial que todas as dúvidas sejam esclarecidas e que sejam encontradas soluções adequadas para as questões levantadas pelos parlamentares, visando sempre o bem-estar da população e a eficiência na utilização dos recursos públicos.