A principal causa dessas mortes, segundo as autoridades, seria o aumento das temperaturas na região. O monitoramento recente mostrou que a temperatura da água do lago chegou a atingir 38°C. Além disso, vários peixes mortos foram encontrados próximos a uma mancha de algas, levantando a possibilidade de que elas estejam liberando toxinas prejudiciais à vida aquática.
Diante dessa situação de emergência ambiental, veterinários especializados em reabilitação de animais silvestres do Instituto Brasil de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram enviados para auxiliar no resgate e atendimento aos botos. A equipe do Centro de Triagem do Ibama trabalhará em conjunto com outros órgãos que já estão atuando nessa emergência.
Ainda visando proteger os animais impactados pela seca extrema e pelo aumento da temperatura da água, a ONG Sea Shepherd Brasil enviou quatro piscinas infláveis que serão utilizadas para garantir a sobrevivência dos animais. Essas ações fazem parte de um Comando de Incidentes (CI) instalado em Tefé, que conta com a coordenação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com o apoio do Instituto Mamirauá e do Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (IPA/AM).
Nesse momento crítico, as principais ações estão concentradas no monitoramento dos animais que ainda estão vivos, no recolhimento e na necrópsia das carcaças, bem como na coleta de amostras para análise das possíveis causas do incidente e outras variáveis ambientais.
Vale ressaltar que os protocolos sanitários estão sendo seguidos para a destinação adequada das carcaças. Além disso, muitos dos animais estão apresentando ferimentos causados pelas hélices dos barcos a motor, uma vez que não há profundidade suficiente para que mergulhem e escapem dessas lâminas.
Essa ação emergencial foi iniciada no final de semana, após mais de 100 botos vermelho e tucuxi serem encontrados mortos no local. O ICMBio enviou equipes de veterinários e servidores do seu Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental para investigarem as causas dessa mortandade alarmante.
Diante desse triste cenário, é fundamental que sejam adotadas medidas de preservação e proteção dessas espécies, bem como a busca por soluções para evitar que incidentes como esse voltem a se repetir. A saúde e a conservação dos ecossistemas da Amazônia dependem de ações concretas e efetivas de todas as partes envolvidas.