Durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, que ocorreu recentemente em Goiânia (GO), o professor ressaltou a importância da vacinação especialmente para crianças com doenças crônicas, como as reumáticas. Ele destacou que as vacinas têm se mostrado seguras e capazes de gerar uma resposta imune adequada, mesmo em pacientes que fazem uso de imunossupressores.
A covid longa é caracterizada por sintomas persistentes que aparecem após três meses da infecção pelo novo coronavírus. Esses sintomas podem acarretar problemas sérios, como inflamação no músculo cardíaco, impactos emocionais e dificuldades de aprendizagem. Além disso, o vírus também pode causar danos ao cérebro e levar a sequelas, como ansiedade e depressão. Ainda não se sabe ao certo quanto tempo esses impactos podem durar.
Um estudo realizado no Instituto de Pediatria do Hospital das Clínicas da USP e publicado na revista Clinics identificou sintomas prolongados da covid-19 em 43% das crianças e adolescentes três meses após a infecção. As queixas mais comuns foram dores de cabeça, cansaço, falta de ar e dificuldade de concentração.
O estudo também revelou que cerca de 80% dessas crianças já apresentavam problemas crônicos, como doenças reumatológicas, renais e oncológicas, antes mesmo de contraírem a covid-19. Além disso, as crianças que tiveram a doença apresentaram mais dificuldades de aprendizado em comparação com aquelas que não foram infectadas.
Diante disso, o professor ressaltou a importância da vacinação como forma de prevenção tanto da covid-19 quanto da covid longa. No entanto, no Brasil, apenas 11,4% das crianças entre seis meses e cinco anos de idade receberam ao menos duas doses da vacina contra a covid-19, de acordo com o boletim do Observatório de Saúde na Infância divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
É importante ressaltar que as vacinas contra a covid-19 estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. Estudos já demonstraram que a vacinação contribui para a redução dos casos de covid-19 e da covid longa, além de promover uma recuperação mais rápida para aqueles que desenvolvem sintomas prolongados. Portanto, é fundamental continuar vacinando-se, caso haja novas doses e novas vacinas disponíveis.
