A história de Soraya com o Brasil começa com a fuga de seu avô, um árabe cristão, de Nazaré durante a guerra da independência de Israel em 1948. Anos depois, ela decidiu conhecer a terra de seus ancestrais e, após aceitar o pedido de casamento de um primo distante, também árabe cristão e cidadão israelense, decidiu fazer de Nazaré sua nova morada.
A união de Soraya gerou quatro filhos e, até recentemente, ela estava animada com seu novo negócio, uma loja de roupas femininas localizada em Nazaré. No entanto, com a escalada dos conflitos, ela agora teme uma guerra em larga escala, com possíveis ataques vindos do Hezbollah no Líbano, da Síria e do Irã.
Diante dessa ameaça, Soraya e sua família têm se abrigado no bunker, o quarto antibomba, durante a noite. Durante o dia, eles também passam o máximo de tempo possível no local. No entanto, quando o estresse fica insuportável, eles saem um pouco do abrigo.
Essa situação tem levado Soraya a ponderar sobre o futuro. Ela não tem certeza se deve voltar para o Brasil, onde parte de sua família vive, ou se deve permanecer em Israel, onde construiu sua vida e seu negócio. A possibilidade de separação física do marido é algo considerado muito ruim para seus filhos, o que torna a decisão ainda mais difícil.
Enquanto isso, o grupo islamita Hamas rejeitou o ultimato dado por Israel para que os civis se retirassem do norte da Faixa de Gaza. Do outro lado, o grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, afirmou estar “pronto” para contribuir com o conflito contra Israel. Apesar disso, vários países têm apelado para evitar a guerra.
Diante desse contexto de incertezas e tensão, Soraya e sua família vivem com medo do que o futuro pode trazer. Não sabem se devem ir embora ou permanecer, e o receio de estar no Brasil ou em Israel é igualmente presente. A única certeza que têm é de que estão enfrentando um período extremamente difícil, cheio de insegurança e apreensão.
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