ALAGOAS – “IMA realiza ações de proteção para comemorar o Dia do Bicho-Preguiça, animal sensível fora de seu habitat natural”

No último sábado, dia 21 de outubro, foi comemorado o Dia do bicho-preguiça. Essa data tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de preservar essa espécie que faz parte do bioma alagoano. Para celebrar esse dia, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) soltaram a única preguiça da espécie Bradypus variegatus que estava em tratamento no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).

As preguiças-comuns são animais sensíveis e frágeis quando estão fora do seu habitat natural. Elas se alimentam de brotos e são responsáveis pela dispersão de algumas sementes. Além disso, dormem em média de 15 a 18 horas por dia. Por serem presas fáceis, muitas vezes se tornam vítimas de choque elétrico e seu habitat é impactado pelo desmatamento e queimadas.

De acordo com Ana Cecília Pires, veterinária e bióloga do IMA no Cetas, as preguiças são animais bastante sensíveis em cativeiro, o que torna seu tratamento um desafio. “Nós precisamos ter um cuidado e uma dedicação muito grandes com ela porque, caso contrário, ela vai morrer em poucos dias ou semanas”, explica Ana Cecília.

Os principais casos de preguiças que chegam ao Cetas são oriundos de choque elétrico. Com o desmatamento e as queimadas, é cada vez mais comum encontrar preguiças em áreas urbanas, segurando linhas de transmissão de eletricidade e recebendo grandes descargas elétricas. Mesmo com tratamento adequado, as sequelas do choque e outros ferimentos graves muitas vezes são irreversíveis.

Os filhotes de preguiças também sofrem bastante, apresentando frequentemente fraturas causadas por acidentes, como a queda dos braços da mãe. Além disso, muitos filhotes chegam ao Centro de Triagem devido à caça ilegal, pois os compradores não conseguem lidar com o comportamento da espécie em cativeiro.

Quando as preguiças estão em boas condições, a equipe do Cetas procura reintegrá-las na natureza o mais rápido possível. Para isso, é definida uma área adequada, onde exista alimentação adequada e outros indivíduos da espécie.

Uma iniciativa interessante desenvolvida por Ana Cecília Pires é a criação de um jaleco adaptado para preguiças, permitindo um manejo mais seguro dos animais. Essa ideia surgiu diante da grande quantidade de filhotes que chegavam ao Centro de Triagem. “Tive que inventar alguma coisa para elas ficarem bem, enquanto fazia o manejo delas. Peguei uma bata e adaptei, colocando uns bolsinhos para as perninhas e o rabinho das preguiças, para que elas fiquem comigo, seguras, sem correr o risco de cair da minha mão”, conta Ana Cecília.

É importante lembrar que as preguiças devem estar sempre na natureza. Caso alguém encontre algum animal silvestre fora do habitat, é possível fazer uma denúncia anonimamente através do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). A preservação e proteção dessas espécies são fundamentais para a manutenção do equilíbrio ecológico.

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