Um dos alvos dos ataques foi o Hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, que foi atingido por um ataque que matou 470 pessoas. O Hamas culpa Israel por ter liderado o ataque aéreo, enquanto os militares israelenses negam a responsabilidade e afirmam que o hospital foi atingido por um foguete lançado pela Jihad Islâmica.
No Brasil, representantes das comunidades israelense e palestina falaram à imprensa sobre suas percepções do conflito e a situação de seus parentes e conhecidos na região. O presidente executivo da Federação Israelita do estado de São Paulo, Ricardo Berkiensztat, afirmou que a comunidade está abalada, preocupada e triste com os acontecimentos em Israel. Eles têm oferecido ajuda psicológica aos afetados e acreditam que Israel tem o direito e o dever de se defender.
Porém, desde o início do conflito, houve um aumento perceptível de antissemitismo no Brasil. A comunidade judaica tem estado em contato com órgãos públicos para garantir a segurança de seus membros. Berkiensztat afirmou que as mídias sociais têm sido um termômetro para essa radicalização do discurso de ódio.
A jornalista palestino-brasileira Soraya Misleh, coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino, avalia que a propaganda agressiva de guerra nos meios de comunicação tem levado a um aumento de xenofobia e racismo contra palestinos no Brasil. Ela ressalta que o conflito entre palestinos e israelenses dura há mais de 75 anos e que é importante entender que não se trata apenas de uma guerra entre Hamas e Israel.
Misleh também denuncia ameaças, demissões e discurso de ódio contra a comunidade árabe e o povo palestino. Ela pede o fim imediato da disseminação de notícias falsas e responsabilizações criminosas. Segundo Misleh, a população nos territórios atacados está em uma situação perigosa, correndo o risco de serem vítimas de limpeza étnica na Cisjordânia e dos bombardeios em Gaza.
Ela relata o caso de um brasileiro-palestino, Hasan Rabee, que está em Gaza com sua família e perdeu seus parentes em um bombardeio ao prédio onde viviam. Misleh acredita que é necessário estabelecer um corredor humanitário para a entrada de ajuda e um cessar-fogo imediato. Além disso, ela pede que o governo brasileiro reconheça o apartheid israelense e rompa os acordos com Israel.