De acordo com uma nota emitida pela presidência, os dois presidentes concordaram sobre a importância do fim dos bombardeios na Faixa de Gaza e da libertação imediata dos reféns. Essa conversa ocorre no contexto do ataque surpresa realizado pelo grupo extremista palestino Hamas contra Israel no dia 7 de outubro, seguido pela incursão de combatentes armados por terra, que resultaram em mortes de civis e militares, além de centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Como resposta, Israel bombardeou as infraestruturas do Hamas em Gaza e impôs um bloqueio total ao território, cortando o abastecimento de água, combustível e energia elétrica. Esses ataques já causaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios, incluindo a morte de mais de 1,5 mil crianças palestinas em Gaza.
Durante a conversa, Putin também comentou sobre a proposta brasileira no Conselho de Segurança das Nações Unidas e expressou seu pesar pelo fato de não ter sido encontrada uma solução para a criação do Estado Palestino após tantas décadas. Na semana passada, a proposta brasileira, que pedia pausas humanitárias nos ataques entre Israel e o Hamas para permitir a entrada de ajuda à Faixa de Gaza, foi rejeitada pelo Conselho de Segurança, com dois votos de abstenção (um deles da Rússia) e um voto contrário (dos Estados Unidos). Por ser um membro permanente, o voto norte-americano resultou na rejeição da proposta brasileira.
O Conselho de Segurança da ONU é composto por cinco membros permanentes (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) e dez membros eleitos. Para que uma resolução seja aprovada, é necessário o apoio de pelo menos nove membros, desde que nenhum dos membros permanentes vete a proposição. Nesse sentido, a Rússia também apresentou sua própria proposta de cessar-fogo no Conselho, que também foi rejeitada.
Além dos conflitos na Faixa de Gaza, Lula e Putin também discutiram sobre a guerra na Ucrânia. Lula reafirmou a disposição do Brasil em ajudar na mediação, desde que as partes envolvidas estejam dispostas a buscar a paz. A invasão russa ao território ucraniano, que desencadeou a guerra, iniciou-se em fevereiro de 2022. Desde então, Lula tem se empenhado em negociar o fim do conflito, buscando manter o Brasil neutro sobre essa questão.
Essa conversa entre Lula e Putin reflete a preocupação da comunidade internacional com os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, bem como a necessidade de encontrar soluções pacíficas para essas crises. O Brasil, como membro do Conselho de Segurança da ONU, continua buscando apoio nas suas propostas e está disposto a contribuir para a pacificação dessas regiões conturbadas.
