Para os anos seguintes, a projeção também caiu. Em 2024, a estimativa é de 3,87% de inflação, enquanto para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para ambos os anos.
Apesar da queda nas previsões, a estimativa para este ano ainda está acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25% para 2023, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior é de 4,75%.
O Relatório de Inflação do Banco Central revelou que há 67% de chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023. Além disso, a projeção para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta, que é de 3%, mas dentro do intervalo de tolerância permitido.
O aumento dos preços da gasolina em setembro pressionou o resultado da inflação, que registrou uma variação de 0,26%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse percentual ultrapassa a taxa de agosto, que teve uma alta de 0,23%.
No acumulado do ano, a inflação atingiu 3,50%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice está em 5,19%, superando os 4,61% registrados nos 12 meses anteriores.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Atualmente, a Selic está definida em 12,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A fim de impulsionar a produção e o consumo, o BC reduziu os juros pela segunda vez no semestre. A expectativa do mercado é que ocorram cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.
No entanto, o Copom destacou a importância de manter uma política monetária contracionista para consolidar a convergência da inflação com a meta em 2024 e 2025. As incertezas nos mercados e as expectativas de inflação acima da meta são fatores que preocupam o Banco Central e influenciam a decisão sobre a taxa básica de juros.
No período de março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas, iniciando um ciclo de aperto monetário devido ao aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. Em agosto do ano passado, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Antes do ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica a partir de 1986. A taxa foi reduzida para estimular a produção e o consumo durante a contração econômica causada pela pandemia de covid-19. O menor patamar da taxa foi mantido de agosto de 2020 a março de 2021.
As projeções das instituições financeiras indicam um encerramento de 2023 com a Selic em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para 2025 e 2026, a previsão é de que a Selic esteja em 8,5% ao ano para ambos os anos.
A taxa básica de juros influencia os preços porque juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança, o que contribui para conter a demanda aquecida e, consequentemente, impacta a inflação. No entanto, também pode dificultar a expansão da economia. Por outro lado, quando ocorre a redução da Selic, o crédito tende a ficar mais barato, estimulando a produção e o consumo e reduzindo o controle sobre a inflação.
A projeção das instituições financeiras para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023 é de 2,9%. Para os anos seguintes, a expectativa é de um crescimento de 1,5% em 2024, 1,9% em 2025 e 2% em 2026.
Quanto à cotação do dólar, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5 ao final deste ano e atinja R$ 5,05 até o fim de 2024.