Durante o evento realizado no Palácio do Planalto, o BNDES e o FIDA assinaram o contrato de financiamento para disponibilizar os recursos a todos os nove estados do Nordeste que tiveram seus projetos aprovados no edital lançado em julho deste ano. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a importância dessa iniciativa, não apenas como um projeto social, mas também como um campo de pesquisa estratégica diante do cenário de eventos climáticos extremos.
Mercadante ressaltou que o Nordeste é uma região historicamente exposta à falta de recursos hídricos, ao sol intenso e às variações de temperatura, e que os próximos anos serão ainda mais quentes de acordo com as previsões meteorológicas. Diante disso, o Projeto Sertão Vivo se propõe a identificar soluções para combater o aquecimento global e promover o desenvolvimento sustentável na região, por meio do acesso à água, do aumento da produtividade agrícola e da redução das emissões de gases do efeito estufa.
Essa parceria entre o BNDES e o FIDA beneficiará os agricultores familiares, os assentados da reforma agrária e as comunidades tradicionais do semiárido brasileiro, como os povos indígenas, fundos de pasto e quilombolas. Além disso, o projeto também possibilitará a capacitação dessas famílias, visando a adoção de princípios e práticas que promovam a segurança alimentar, a resiliência dos sistemas de produção agrícola e a restauração dos ecossistemas degradados.
Inicialmente, apenas quatro estados seriam contemplados pelo projeto, porém, o BNDES anunciou a ampliação com recursos próprios. Do total de verbas, R$ 1,5 bilhão serão destinados aos governos estaduais, enquanto R$ 300 milhões são recursos não reembolsáveis. Vale ressaltar que o FIDA opera com recursos do Green Climate Fund, que financia a adoção das metas do Acordo de Paris.
Nesse evento, também foi a primeira aparição pública do presidente Lula após a cirurgia que realizou no quadril. Ele não discursou, mas estava presente ao lado do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Essa iniciativa é um importante passo para a promoção da resiliência climática e do desenvolvimento sustentável no Nordeste brasileiro, além de servir como um exemplo a ser seguido em outras regiões do mundo.