BRASIL – “2,1 milhões de pessoas trabalham por meio de plataformas digitais no setor privado, revela pesquisa do IBGE”

A população ocupada no setor privado por meio de plataformas digitais vem crescendo no Brasil. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no quarto trimestre de 2022, 2,1 milhões de pessoas realizavam trabalhos por meio de aplicativos de serviços ou comércio eletrônico como ocupação principal. Isso representa 1,7% da população ocupada no setor privado.

O setor de transporte, armazenagem e correio foi o que reuniu mais trabalhadores utilizando essas plataformas digitais, representando 67,3% do total. Isso inclui tanto o serviço de transporte de passageiros quanto os serviços de entrega, que são os aplicativos mais frequentes. Em seguida, o setor de alojamento e alimentação também se destacou, com 16,7% dos trabalhadores ocupados nessas plataformas.

A categoria de emprego mais comum entre os trabalhadores platfomizados foi a “feita por conta própria”, representando 77,1% do total. O número de trabalhadores com carteira assinada nessas plataformas era baixo, apenas 5,9%, em comparação com os 42,2% no setor privado em geral.

Entre os trabalhadores que utilizam aplicativos de plataformas de transporte de passageiros, 52,2% estavam nessa categoria, enquanto 39,5% trabalhavam com entrega de comida ou produtos, e 13,2% prestavam serviços gerais ou profissionais.

A região Sudeste foi a que apresentou o maior percentual de trabalhadores ocupados nessas plataformas, com 2,2%, seguida por outras regiões que ficaram entre 1,3% e 1,4%. A região Norte apresentou a maior proporção de trabalhadores utilizando aplicativos de transporte particular de passageiros, sendo 14 pontos percentuais acima da média nacional.

Em relação ao perfil dos trabalhadores, a maioria era do sexo masculino (81,3%) e a faixa etária mais representativa foi de 25 a 39 anos, com 48,4% do total. Quanto à escolaridade, a maioria estava concentrada nos níveis intermediários, como nível médio completo ou superior incompleto.

Em relação aos rendimentos, os trabalhadores que utilizam as plataformas digitais tiveram um rendimento médio de R$ 2.645, o que representa um aumento de 5,4% em relação ao rendimento médio total de ocupados. Além disso, trabalhavam em média 46 horas por semana, comparado às 39,6 horas dos que não utilizavam as plataformas.

É importante ressaltar que essa pesquisa é experimental e está em fase de teste e avaliação. No entanto, ela traz informações importantes sobre o impacto da digitalização no mercado de trabalho brasileiro, mostrando como a plataforma de trabalho tem se expandido e as características dos trabalhadores envolvidos nessa forma de ocupação.

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