BRASIL – Israel suspende emissão de vistos para funcionários da ONU após críticas do secretário-geral sobre ação na Faixa de Gaza.

O Estado de Israel decidiu suspender a emissão de vistos para funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) que atuam no país. Essa atitude foi uma resposta às críticas feitas pelo secretário-geral da entidade, António Guterres, em relação à ação de Israel na Faixa de Gaza.

A informação foi divulgada pelo embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, durante uma entrevista para uma rádio do Exército Israelense. Segundo ele, “perante as declarações sobre Israel e os palestinos, recusamo-nos a fornecer vistos aos representantes da ONU. Já recusamos um visto ao secretário-geral adjunto para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths”.

O desentendimento entre Israel e Guterres ocorreu após uma fala do secretário-geral durante a sessão do Conselho de Segurança. Guterres afirmou que as queixas do povo palestino não justificam os ataques do Hamas, e que esses ataques não justificam o castigo coletivo do povo palestino. Além disso, ele denunciou as violações do direito humanitário internacional em Gaza.

Israel interpretou essas declarações como uma justificativa para os atos do Hamas, grupo que invadiu o país em outubro, resultando em mais de mil mortos e cerca de 200 reféns. O embaixador Erdan afirmou que “cada pessoa entendeu muito bem que ele culpava Israel, ou pelo menos demonstrou compreensão pelo massacre”.

Devido a esse episódio, o chanceler de Israel, Eli Cohen, cancelou um encontro que teria com Guterres. Além disso, o embaixador de Israel na ONU pediu a renúncia do secretário-geral da organização.

No entanto, Guterres negou ter justificado os ataques do Hamas e se mostrou chocado com as deturpações feitas sobre sua declaração. Ele afirmou que estava apenas denunciando as violações do direito humanitário internacional e que jamais endossaria qualquer ato de terrorismo.

Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil demonstrou apoio ao secretário-geral da ONU. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que o trabalho de Guterres tem sido incansável na busca por soluções humanitárias e diplomáticas para o conflito.

Em resumo, a suspensão dos vistos para funcionários da ONU por parte de Israel é uma resposta às críticas feitas pelo secretário-geral António Guterres. O desentendimento entre as partes se deu pelas diferentes interpretações sobre a posição de Guterres em relação aos ataques do Hamas. Enquanto Israel viu suas declarações como uma justificativa para o terrorismo, Guterres afirmou que estava apenas denunciando violações do direito humanitário internacional. O Brasil manifestou apoio a Guterres, destacando seu trabalho incansável na busca por soluções para a crise.

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