BRASIL – Estiagem no Amazonas afeta 60 municípios e mais de 600 mil pessoas; apenas duas cidades estão em normalidade.

A forte estiagem que atinge o estado do Amazonas tem causado grandes problemas para a população. De acordo com a Defesa Civil do estado, já são 60 municípios em situação de emergência, afetando mais de 600 mil pessoas. Apenas nos municípios de Presidente Figueiredo e Apuís a situação é considerada normal.

A seca no estado tem gerado diversas consequências. Até o momento, 158 mil famílias foram afetadas, e desde o início do ano foram registrados 18.090 focos de calor, sendo 2.500 apenas na região metropolitana de Manaus. Somente em outubro, foram registrados 3.288 focos, mais que o dobro do mesmo período do ano passado.

A situação em Manaus é crítica. A cidade vive a pior seca em 121 anos, com a cota do Rio Negro chegando a 12,70m, a menor já registrada desde o início das medições em 1902. O recorde de cheia, por outro lado, foi de 30,02 metros em junho deste ano.

Diante desse cenário, muitos têm questionado as causas dessa seca. O pesquisador Marcos Freitas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que além do fenômeno El Niño, o aquecimento global também têm contribuído para essa situação. Segundo ele, as chuvas na região do rio são formadas principalmente pelos deslocamentos de massas de ar do Atlântico, e não do Pacífico.

Em 2010, quando o Rio Negro também sofreu com uma seca severa, Freitas conduziu um estudo sobre o assunto. Na ocasião, ele constatou que o aumento da temperatura do Oceano Atlântico foi um dos fatores que contribuíram para a seca. No entanto, o aumento máximo registrado foi de apenas 1 a 1,5 grau. Neste ano, porém, o aumento chegou a 4 graus no hemisfério norte do Oceano Atlântico e 2 graus no Oceano Pacífico, devido ao El Niño.

Diante desses dados, é possível perceber a forte influência das mudanças climáticas na região do Rio Negro. O pesquisador enfatizou que o clima na região sofre grande influência das massas de ar provenientes do Oceano Atlântico. Portanto, é possível correlacionar essa seca com as mudanças climáticas e o aquecimento global.

A situação requer atenção e a adoção de medidas urgentes para lidar com a estiagem no Amazonas. Os prejuízos são numerosos, afetando milhares de famílias e colocando em xeque a disponibilidade de recursos hídricos na região. O governo do estado precisa estar atento e buscar soluções efetivas para minimizar os impactos dessa seca prolongada.

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