BRASIL – Avanço limitado na estruturação de redes regionais de saúde é destacado por consultor da Opas no Brasil.

O consultor Renilson Rehem chamou a atenção para o pouco avanço na estruturação de redes regionais de saúde, apesar do debate sobre o tema ter sido retomado com mais intensidade nos anos 2000. Durante uma mesa do seminário internacional “35 anos do SUS – SP”, promovido pela Opas, Instituto Butantan e governo de São Paulo, Rehem compartilhou sua avaliação sobre a situação atual da implementação de políticas públicas na área da saúde.

Segundo Rehem, um dos principais obstáculos para a criação de redes regionais de saúde é a necessidade de acordos políticos para sua implementação. Ele ressaltou que o sistema de governança do Brasil é muito diferente do italiano, por exemplo, onde a regionalização é mais facilmente alcançada. No caso brasileiro, essa construção de redes regionais fica fortemente condicionada à vontade política, o que torna o processo mais complexo.

Para facilitar esse processo, Rehem destacou a importância do estado demonstrar disposição para dialogar com os municípios. Ele também mencionou o envolvimento dos prestadores de serviços públicos e filantrópicos no processo de construção das redes regionais, citando o exemplo de São Paulo.

Outro participante do seminário, Sergio Venturini, conselheiro de saúde da região Emília Romagna, na Itália, também compartilhou suas percepções sobre a universalização dos serviços de saúde. Venturini destacou que, de modo geral, os serviços de saúde na Itália são gratuitos, mas há cobrança para aqueles que têm mais condições financeiras, de acordo com uma tabela de valores variáveis de acordo com a renda.

Venturini também mencionou alguns desafios enfrentados na área da saúde na Itália, como as listas de espera para atendimento, a crise das profissões de saúde e a migração de profissionais para outros países, atraídos por salários mais elevados. Além disso, ele ressaltou a importância de abordar a interferência humana no meio ambiente e a crise climática atual, que aumenta a incidência de doenças não transmissíveis.

O conselheiro italiano argumentou que é necessário haver mais interesse e ações relacionadas à saúde planetária, abordando questões como aquecimento global, desmatamento, escassez de água e poluição do ar. Ele enfatizou a necessidade de uma política de saúde para todos, focada no bem-estar do planeta.

Em suma, o debate sobre a estruturação de redes regionais de saúde foi retomado nos últimos anos, porém, a implementação dessas políticas públicas tem enfrentado desafios, como a necessidade de acordos políticos e financiamento adequado. Além disso, a universalização dos serviços de saúde enfrenta obstáculos, como listas de espera e migração de profissionais. A atenção à saúde planetária também foi ressaltada como fundamental para o enfrentamento de doenças não transmissíveis e preservação do meio ambiente.

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