Desde o dia 7 de outubro, o Conselho de Segurança tem se reunido diversas vezes para discutir o conflito e votar propostas de resolução. No entanto, até o momento não chegaram a um consenso devido a desentendimentos internos, especialmente entre os membros permanentes. O ministro destacou a incapacidade do Conselho em se unir e responder à crise que desafia a comunidade internacional.
O Brasil presidiu o Conselho neste mês e tentou articular a aprovação de uma resolução por vários dias, ouvindo diversos países. No entanto, no dia 18, ao submeter o texto à votação, o Brasil foi vetado pelos Estados Unidos, um dos membros permanentes do Conselho.
A composição do Conselho de Segurança é formada por cinco membros permanentes – China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos – e os demais membros são rotativos. Para que uma resolução seja aprovada, é necessário o apoio de nove dos 15 membros, desde que nenhum dos membros permanentes vete o texto. Além da proposta apresentada pelo Brasil, os Estados Unidos também apresentaram sua versão de resolução, que foi vetada pela Rússia. Por sua vez, os russos tiveram suas duas propostas rejeitadas pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.
As tentativas infrutíferas de chegar a um consenso deram combustível às críticas de Vieira. Ele ressaltou que, desde a última vez que falou ao Conselho, a contagem de mortes de crianças aumentou em mil. Enquanto o Conselho realiza reuniões e ouve discursos, o sofrimento humano continua. Segundo o ministro, o Conselho está falhando em colocar as vidas dos civis como prioridade.
Em seu discurso, Vieira também pediu pelo fim das hostilidades e pelo acesso de atendimento médico às vítimas civis em Gaza. Ele destacou que em três semanas de conflito já são contabilizados 8 mil mortos, sendo 3 mil crianças. O ministro também responsabilizou o Hamas por reacender a crise na região com suas ações terroristas.
O Conselho de Segurança tem sido palco de divergências entre Estados Unidos e Rússia. Enquanto os norte-americanos, apoiados pelo Reino Unido, exigem uma resolução que garanta a Israel o direito de responder aos ataques, a Rússia propõe um cessar-fogo, sem mencionar o Hamas. Como ambos têm poder de veto, sempre há um posicionamento contrário à resolução apoiada pelo outro.