BRASIL – Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nega cessar-fogo e diz que é tempo de guerra em Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmou sua determinação em continuar com os bombardeios na Faixa de Gaza, descartando qualquer possibilidade de cessar fogo. Em pronunciamento nesta segunda-feira (30), ele afirmou que pedir por um fim aos ataques seria o mesmo que render-se ao grupo extremista Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel. Netanyahu afirmou que, de acordo com a Bíblia, há um tempo para a paz e um tempo para a guerra, e que o momento atual é de guerra.

Essa postura de Netanyahu vai de encontro à resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU na última sexta-feira (27), que pede um cessar fogo imediato no conflito. No entanto, o primeiro-ministro de Israel não demonstrou intenção de acatar a resolução e ressaltou que o país continuará agindo em defesa de sua segurança.

Antes de se pronunciar, Netanyahu utilizou as redes sociais para demonstrar solidariedade às três mulheres sequestradas pelo Hamas e cujo vídeo divulgado pelo grupo nesta segunda-feira (30) gerou grande repercussão. As mulheres foram capturadas no dia 7 de outubro e uma delas critica a inação do governo israelense em relação aos reféns.

O Hamas propôs a troca dos reféns pelo que eles chamam de presos políticos, em referência aos palestinos detidos em prisões israelenses. Segundo a ONU, há mais de 5 mil palestinos nessas prisões, incluindo crianças, sendo muitos detidos sem acusação ou julgamento.

Além disso, Netanyahu reiterou a sua exigência de que os civis evacuem o norte da Faixa de Gaza, alegando que o governo está fazendo esforços para evitar vítimas civis. Ele afirmou que estão sendo encontrados locais seguros para abrigar esses civis, oferecendo apoio humanitário, como alimentos, água e medicamentos.

No entanto, relatos de brasileiros presentes na região contradizem essas afirmações. Um brasileiro que aguarda por resgate afirmou que os prédios ao redor estão sendo bombardeados, obrigando a evacuação da área. Além disso, os relatos também mencionam a escassez de água e alimentos, com longas filas para conseguir um único pão.

A situação na Faixa de Gaza tem preocupado a comunidade internacional. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, conversou com o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, para discutir possíveis acordos no Conselho de Segurança da ONU e a emergência humanitária no local. Até agora, propostas de resolução foram vetadas pelos EUA e pela Rússia.

De acordo com a ONU, desde o início do conflito, mais de 8 mil palestinos morreram em Gaza, sendo a maioria mulheres e crianças. Mais de 1,4 milhão de pessoas estão desabrigadas, representando cerca de 60% da população local. Além disso, a violência também cresceu na Cisjordânia, com 121 pessoas mortas por colonos ou pelas forças armadas israelenses. Do lado israelense, mais de 1,4 mil pessoas foram mortas, a maioria em 7 de outubro. A situação demonstra o alto custo humano do conflito entre Israel e Palestina.

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