No último domingo, vítimas da Braskem que residem nos bairros Flexais fizeram um protesto emocionante na orla de Maceió. Revoltados com os efeitos devastadores pelo crime ambiental que a empresa cometeu, essas pessoas buscaram chamar a atenção para a tragédia que afeta suas vidas diariamente.
“São essas pessoas que estão carregando o peso do sofrimento. São vítimas desse crime. Não conseguem viver bem, enfrentam dificuldades psicológicas, perdendo até mesmo o sono tranquilo que costumavam ter em seus travesseiros”, lamentou um dos manifestantes.
As vítimas informaram que se sentem abandonadas e desamparadas pelas autoridades que administram principalmente o município. Eles alegam que os poderes constituídos parecem proteger a Braskem.
A manifestação, realizada durante a tarde de domingo, contou com diversos cartazes pedindo ajuda e ao mesmo tempo agradecendo o senador Renan Calheiros (MDB), que se tornou uma espécie de líder do movimento em Brasília. Calheiros foi responsável por protocolar a CPI Braskem no Senado, uma comissão parlamentar de inquérito criada para investigar a tragédia que afetou pelo menos cinco bairros e milhares de famílias em Maceió.
No entanto, especialistas e conselheiros da Braskem demonstraram desconforto em relação à CPI, argumentando que um acordo poderia ser a melhor solução para o caso. Eles receiam que a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito possa trazer resultados incertos.
A possibilidade de um entendimento entre a empresa e as vítimas é vista como uma espécie de “carta de alforria” para a Braskem, que está em processo de venda, de acordo com informações de veículos de comunicação especializados em economia e negócios.
O senador Renan Calheiros, por sua vez, ressaltou a importância da CPI como um instrumento para investigar a maior tragédia ambiental urbana do mundo e garantir uma indenização justa às vítimas, às cidades e ao estado de Alagoas.
O drama das vítimas da Braskem continua a ecoar na sociedade, enquanto o debate sobre a melhor solução para a tragédia ambiental persiste, envolvendo não apenas as questões legais, mas também as implicações socioeconômicas. A busca por justiça e reparação permanece no centro desse controverso capítulo na história de Maceió.