Mercadante destacou que há uma “janela histórica de oportunidades” para o Brasil aproveitar as mudanças e a reorganização da economia global. Ele ressaltou o papel dos bancos públicos nesse processo, mencionando que existem 500 bancos públicos no mundo com um patrimônio de US$ 18,7 trilhões, sendo responsáveis por 10% dos investimentos globais. Ele ainda enfatizou que os EUA estão investindo US$ 383 bilhões na transição energética e mais US$ 280 bilhões em microprocessadores para atrair indústrias.
O presidente do BNDES ressaltou que há uma redistribuição da cadeia global de valor ocorrendo e que os EUA estão reindustrializando seu país para garantir sua posição nessa nova realidade. Ele também mencionou que a Europa está investindo 806 bilhões de euros na economia. Mercadante apontou que o Ocidente pregava a agenda neoliberal do Estado mínimo para os países em desenvolvimento, mas esses países precisam aproveitar as oportunidades e não seguir essa cartilha.
Segundo Mercadante, o BNDES é fundamental para o Brasil competir nesse contexto, pois é através do banco que o país terá condições favoráveis de competição. Ele destacou a importância do crédito público e das parcerias público-privadas para o desenvolvimento de projetos e o avanço do país. Além disso, Mercadante mencionou que o Brasil é uma referência de estabilidade e paz, o que pode atrair investimentos.
Mercadante também falou sobre o crescimento da demanda de crédito na Amazônia, que tem sido duas vezes maior que a média nacional. Ele ressaltou que o desembolso para a região está acima da média nacional e que há um despertar na Amazônia. O presidente do BNDES destacou a parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o lançamento de uma linha de R$ 4,5 bilhões em investimentos para a região. Ele ainda mencionou a Coalizão Verde, que prevê o investimento de até R$ 100 bilhões na região amazônica, além de interesses e investimentos externos.
A Coalizão Verde faz parte dos mecanismos financeiros estabelecidos para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. A declaração de Belém, assinada pelos presidentes dos oito países amazônicos, destaca a importância desses mecanismos para a promoção da economia verde e do desenvolvimento sustentável na região.
Em resumo, Mercadante destacou a necessidade do Brasil seguir o exemplo dos EUA e da Europa para promover investimentos e financiamentos públicos que favoreçam a reindustrialização e a transição energética. Ele ressaltou a importância do BNDES nesse processo e mencionou a Coalizão Verde como uma iniciativa para impulsionar o desenvolvimento sustentável na Amazônia.
