Essa é a segunda vez este ano que a hidrelétrica precisa abrir o vertedouro, e espera-se que as comportas permaneçam abertas de forma ininterrupta pelo menos até domingo (5). O vertedouro é utilizado para liberar o excesso de água que não pode ser utilizada para a geração de energia. De acordo com a binacional, a usina está operando normalmente na cota 219,23 acima do nível do mar.
A abertura do vertedouro é uma medida de segurança tomada quando há excesso de água. Segundo a empresa, as próximas 72 horas são as mais preocupantes, visto que o nível máximo de vazão do Rio Paraná deve atingir 18,1 mil metros cúbicos de água por segundo.
As chuvas intensas estão ocorrendo nos rios Ivai e Piquiri, principais afluentes do Rio Paraná. Segundo a empresa, a previsão é de muita instabilidade e mais chuvas na região, tanto moderadas quanto intensas, repetindo os valores registrados na semana passada na bacia do Rio Iguaçu, que resultaram no represamento do Rio Paraná. Esse represamento fez com que a vazão nas Cataratas atingisse 24 mil metros cúbicos por segundo na segunda-feira (30), o segundo maior volume já registrado no local, ficando atrás apenas do pico de 32 mil metros cúbicos por segundo em 2014.
A Usina de Itaipu é administrada pelo Brasil e pelo Paraguai. Segundo o comunicado divulgado pelo lado paraguaio, a vazão média de descarga nos próximos sete dias será de aproximadamente 4.400 metros cúbicos por segundo, com pico previsto para domingo, de cerca de 7.100 metros cúbicos por segundo.
Diante dessa situação, a Comissão de Cheias está mobilizada desde sábado (28) para analisar todos os cenários possíveis e adotar as melhores estratégias para reduzir os impactos para a população e garantir a segurança da barragem.
Até o momento, mais de 385 residências foram afetadas no lado paraguaio, em bairros próximos à fronteira com o Brasil, incluindo San Rafael, em Ciudad del Este, onde 140 casas estão alagadas. No país vizinho, aproximadamente 85 pessoas foram levadas para abrigos e estão sendo orientadas a esperar até que a situação se normalize antes de retornar. No lado brasileiro, alguns pontos turísticos, como o Marco das Três Fronteiras e o Iate Clube Cataratas, no bairro Porto Meira, também foram afetados.
A Itaipu está trabalhando em conjunto com as autoridades e órgãos competentes para minimizar os danos causados pelas inundações e garantir a segurança das pessoas que vivem nas áreas afetadas. Ainda não há previsão de quando a situação voltará ao normal, mas espera-se que as medidas adotadas pela Comissão de Cheias ajudem a reduzir os impactos e oferecer suporte às famílias afetadas.
