BRASIL – Painéis solares de edifícios em Gaza são destruídos em bombardeios israelenses, deixando a cidade sem eletricidade e afetando abastecimento de água e padarias.

Durante os bombardeios da força aérea israelense, os painéis solares de edifícios na Faixa de Gaza, especialmente na cidade de Gaza, foram destruídos, deixando a região ainda mais debilitada. Essa informação foi divulgada pelo Escritório para Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (Ocha), que destacou que esses painéis são uma das únicas fontes de energia disponíveis, uma vez que a entrada de combustível em Gaza é proibida por Israel.

De acordo com a Ocha, vários painéis solares nos telhados de edifícios, incluindo os hospitais Shifa e Nasser, poços de água e padarias, foram destruídos nos últimos dias, eliminando uma das poucas fontes de energia restantes que não dependem de combustível. Além disso, a falta de combustível encerrou as atividades de diversos poços de captação de água, uma usina de dessalinização de água do mar e de padarias na Faixa de Gaza.

Segundo a Ocha, não há indícios de que nenhuma padaria esteja funcionando na parte norte do enclave, e no sul, o acesso ao pão é um desafio. Apesar de uma padaria contratada pelo Programa Mundial de Alimentos fornecer intermitentemente pão aos abrigos, a disponibilidade de farinha e combustível é um problema. As pessoas estão enfrentando longas filas em padarias, expondo-se a ataques aéreos.

A situação é ainda mais crítica para os palestinos que vivem em Gaza. Hasan Rabee, um palestino naturalizado brasileiro, relatou que a farinha está escassa e os preços estão extremamente altos. Ele está com sua família em Khan Yunis, aguardando autorização para deixar a região. A escassez de alimentos e o aumento dos preços têm causado grande sofrimento para a população local.

Diante desse cenário preocupante, os chefes de 18 agências da ONU fizeram um apelo por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, a fim de permitir a entrada de ajuda humanitária na região. Eles também pediram a libertação imediata de todos os reféns mantidos pelo Hamas. Além disso, ressaltaram a necessidade de que mais ajuda – alimentos, água, medicamentos e combustível – chegue à Gaza com segurança e rapidez, atendendo às necessidades das pessoas, especialmente mulheres e crianças.

Infelizmente, a situação em Gaza continua crítica, com os danos causados aos painéis solares e a falta de combustível agravando ainda mais a crise humanitária na região. A comunidade internacional precisa se mobilizar para garantir a assistência necessária à população de Gaza e pressionar por um cessar-fogo duradouro que traga alívio e segurança para todos os envolvidos no conflito.