BRASIL – Estudo mostra que dose de reforço é essencial contra variantes da covid-19, ressalta pesquisa realizada em Toledo com vacina monovalente da Pfizer.

Estudo aponta a necessidade de doses de reforço da vacina monovalente original da Pfizer para proteção contra variantes da covid-19

Um estudo realizado na cidade de Toledo, no Paraná, comprovou a importância da dose de reforço da vacina monovalente original contra a covid-19 para se proteger contra variantes, como a Ômicron. A pesquisa, realizada entre 3 de novembro de 2021 e 20 de junho de 2022, pelo Hospital Moinhos de Vento em parceria com a Universidade Federal do Paraná, a Inova Research e a Secretaria Municipal de Saúde, destaca a efetividade da vacina original da Pfizer/BioNTech contra a infecção sintomática pela variante Ômicron, que alcança 54%.

Segundo os pesquisadores, a proteção das duas doses da vacina original foi relevante, mas de curta duração, diminuindo substancialmente de três a quatro meses após a segunda dose. Isso indica a necessidade das doses de reforço da vacina e de formulações adaptadas para garantir cobertura contra as mais recentes variantes do vírus. O estudo foi realizado em um cenário em que a cobertura de imunização contra a covid-19 havia sido de 90% entre os participantes.

De acordo com o médico epidemiologista do Hospital Moinhos de Vento, Maicon Falavigna, a queda na proteção da vacina monovalente original pode estar relacionada com a mudança do perfil epidemiológico verificado na circulação das variantes, bem como a evolução constante do vírus. No entanto, ele ressalta que isso não significa necessariamente que a vacina perdeu efeito contra formas graves da doença.

Os pesquisadores reforçam a importância da aplicação das doses de reforço da vacina contra o SarsCoV-2 e da vigilância em relação ao comportamento da doença e da evolução do vírus. Segundo o médico Regis Goulart Rosa, o Brasil precisa ter uma alta cobertura vacinal com as doses de reforço para reduzir a circulação do vírus.

O estudo mostra a necessidade de vacinas adaptadas com componentes da variante Ômicron e destaca a importância de pesquisas de mundo real para entender as estratégias vacinais e medidas de controle da pandemia. A diretora médica para vacinas de Covid-19 da Pfizer para a Região de Mercados Emergentes, Júlia Spinardi, considera relevante fortalecer a pesquisa nacional sobre os efeitos da imunização na população brasileira.

A pesquisa também foi destacada pelo reitor da Universidade Federal do Paraná, Ricardo Marcelo Fonseca, como um marco para a instituição e um impulsionador de avanços em estudos científicos futuros. Os resultados do estudo brasileiro foram publicados no jornal internacional Vaccine, referência de qualidade nas disciplinas relevantes para a vacinologia.

Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu em julho deste ano o registro definitivo da vacina bivalente baseada na plataforma mRNA da Pfizer/BioNTech, que contém o componente contra a variante Ômicron na sua formulação. Isso garante a aplicação do imunizante, disponível no SUS, como dose de reforço para pessoas acima de 5 anos de idade.

Tendo em vista os resultados do estudo, reforça-se a importância de vacinar a população com doses de reforço da vacina contra a covid-19 para reduzir a circulação do vírus e prevenir o surgimento de novas variantes, aumentando a proteção da população como um todo.

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