BRASIL – Relatório da Academia Brasileira de Ciências alerta sobre riscos e benefícios da inteligência artificial e recomendações para avanço no Brasil

Brasil cria relatório para monitorar riscos e benefícios da inteligência artificial

O primeiro relatório sobre inteligência artificial (IA) produzido por um grupo de 16 cientistas de diferentes áreas e instituições, a pedido da Academia Brasileira de Ciências (ABC), alertou sobre os principais riscos e benefícios que essa técnologia avançada pode trazer ao país. O relatório Recomendações para o avanço da inteligência artificial no Brasil foi lançado nesta quinta-feira (9), na sede da ABC, no Rio de Janeiro, e será encaminhado ao governo federal.

Durante a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século 18, houve também uma tecnologia disruptiva, que mudou a forma de a sociedade sair da agricultura para as fábricas. Agora, é outro tipo de mudança, mas vai causar um impacto muito grande, de acordo com o professor titular do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edmundo Albuquerque de Souza e Silva.

O cientista também destacou que para uma economia emergente como a do Brasil, se não forem tomadas as providências necessárias, será um desastre. “Porque, para dominar a tecnologia, você precisa ter conhecimento bastante especializado. Senão, vai ficar totalmente dependente em termos de tecnologia”, afirmou. O relatório destaca a necessidade urgente de formar profissionais qualificados em áreas relacionadas à inteligência artificial, como aprendizado de máquina e ciência de dados, para evitar que o Brasil fique para trás no desenvolvimento de IA. O documento alerta que o futuro da sociedade brasileira será moldado pelas escolhas que o governo e a sociedade fizerem em relação à inteligência artificial.

Um dos maiores riscos apontados pelo relatório é o aumento da especialização requerida para os empregos, o que poderia levar à dispensa de profissionais menos especializados. O relatório ressalta a necessidade de educar as pessoas não só para o conhecimento da tecnologia, mas para despertar o pensamento crítico, visando o uso da IA de forma benéfica.

Por outro lado, o documento indica que a IA tem um grande potencial de aplicação benéfica. Por exemplo, na educação, a tecnologia pode agilizar a maneira como as pessoas são educadas e como o material é apresentado. Na área de saúde, a tecnologia pode ajudar no diagnóstico e identificação de doenças, na personalização de tratamentos e no uso de robôs em procedimentos médicos.

Contudo, é preciso regulamentar a IA para minimizar os riscos, como a violação de privacidade e a disseminação de preconceitos. Além disso, é necessário que o Brasil estabeleça políticas públicas e investimentos em pesquisa e desenvolvimento em IA para evitar um declínio tecnológico e ficar à mercê de países que se acham na vanguarda desse campo.

Em resumo, o relatório aponta a necessidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento em IA para que o Brasil não seja apenas um consumidor dessa tecnologia fornecida por outros países, bem como a urgência de formar profissionais qualificados, e educar a população sobre a importância da tecnologia e seu uso responsável. A IA pode trazer inúmeros benefícios para a sociedade brasileira, desde o campo da educação até o setor de saúde, mas é preciso estar atento aos seus riscos e desafios, a fim de lidar com essa tecnologia de forma crítica e benéfica para o país e suas instituições.

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