BRASIL – “Os Cadernos de Pagu”: a vida, a luta e a arte da poetisa e militante na visão da pesquisadora Lúcia Teixeira.

Oswald de Andrade e Pagu: uma história de amor, literatura e luta social

No dia 5 de janeiro de 1930, em São Paulo, foi celebrado o inusitado casamento de duas figuras célebres da literatura brasileira: Oswald de Andrade e Patrícia Rehder Galvão, mais conhecida como Pagu. A história de amor, sentimentos e confissões do casal é revelada em um dos manuscritos inéditos encontrados no livro “Os Cadernos de Pagu”, da editora Nocelli, que será lançado nesta semana em Santos.

A autora da obra, Lúcia Teixeira, é criadora e diretora do Centro de Estudos Pagu Unisanta, em Santos, que conta com cerca de 3 mil arquivos originais e digitalizados sobre a poeta e militante Pagu. A pesquisa sobre a vida e obra de Pagu começou há anos e revela uma mulher revolucionária e engajada, que desafiou as convenções sociais de sua época.

Pagu nasceu em 1910 em São João da Boa Vista, e desde cedo mostrou talento para a escrita, contribuindo com o Brás Jornal aos 15 anos, sob o pseudônimo Patsy. Aos 18 anos, Pagu passa a integrar o círculo de amigos de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, com quem teve um relacionamento intenso e contribuiu ativamente para o movimento modernista no Brasil.

Além de seu envolvimento com as artes, Pagu também foi militante do Partido Comunista Brasileiro, o que lhe rendeu críticas e desafios, tornando-a uma figura icônica do feminismo e da luta social. Sua vida tumultuada e marcada por prisões, desilusões amorosas e compromissos ideológicos serviram de inspiração para suas obras literárias, como o romance proletário “Parque Industrial”, publicado em 1933.

A vida de Pagu foi marcada por desafios e contradições, mas sua força e determinação a tornaram uma figura icônica e inspiradora para as mulheres de sua época e das gerações futuras. Seu legado como escritora, jornalista, desenhista e militante continua sendo relevante até os dias de hoje.

O lançamento do livro “Os Cadernos de Pagu” está marcado para este sábado na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, e promete revelar diversos aspectos inéditos da vida e obra dessa figura tão importante para a história cultural e social do Brasil.

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