BRASIL – Presa líder de invasores em Terra Indígena Apyterewa no Pará, em operação que é sujeita a riscos para equipes.

Nesta terça-feira (14), policias federais, com apoio da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal, prenderam uma mulher apontada como uma das líderes dos invasores da Terra Indígena Apyterewa, em São Felix do Xingu, no sudeste do Pará. A ação faz parte da operação de desintrusão das Terras Indígenas APyterewa e Trincheira Bacajá, que já resultou na apreensão de agrotóxicos, madeira ilegal, armas de fogo, drogas e gado criado de forma ilegal.

Segundo a Polícia Federal (PF), a mulher, investigada por invasão, desobediência às ordens judiciais de desintrusão da área e coação, estaria articulando a derrubada das pontes para dificultar os trabalhos. Ela também é investigada por exploração econômica da Terra Indígena Apyterewa.

De acordo com a PF, a mulher já foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por organizar e realizar ataques contra agentes da Funai e do Ibama no final de 2020. Além disso, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa dela na Vila Renascer, comunidade de invasores dentro da Terra Indígena Apyterewa, foi presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, posse irregular de minério, manter em cativeiro animal silvestre e por fazer funcionar farmácia e posto de combustíveis clandestinos na terra indígena.

Durante a prisão, invasores atiraram rojões e dispararam um tiro de arma de fogo que atingiu uma viatura, mas não acertou nenhum agente. Entidades representativas de servidores indigenistas e de fiscalização ambiental que atuam no processo alertaram para o risco que as equipes correm, por conta da menor presença das forças de segurança.

A operação, que entrou na segunda fase no dia 9 de novembro, é responsável por retirar pessoas de forma irregular dos territórios tradicionais, e combater atividades ilegais como extração de madeira e garimpo. Estima-se que mais de 3 mil invasores estejam na região. Na sexta-feira (11), o presidente de uma associação de trabalhadores rurais foi preso sob a acusação de incentivar a invasão das áreas indígenas.

A desintrusão cumpre uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), e o plano de ação foi homologado pela Corte em setembro de 2023. A operação deve durar 90 dias. No dia 1º de novembro, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, manteve a ação de desintrusão, rejeitando um pedido feito pelo município de São Félix do Xingu pela interrupção da retirada dos não indígenas da área.

A Terra Indígena Apyterewa foi homologada em 2007 e a TI Trincheira Bacaiá, em 1996. Nelas, vivem cerca de 2,5 mil indígenas das etnias Parakanã, Mebengôkre Kayapó e Xikrim, em 51 aldeias. As áreas ficam localizadas entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapu e Senador José Porfírio, na região do Médio Xingu, no Pará.

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