BRASIL – Presidente da Liesa faz fala racista em podcast ao questionar cor de carnavalesco da Portela em entrevista.

Na noite da última segunda-feira (13), o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) do Rio de Janeiro, Jorge Perlingeiro, fez declarações racistas durante uma participação no podcast “Só Se For Agora”. Durante a entrevista, Perlingeiro questionou a cor de um dos carnavalescos da Portela, levantando a questão da negritude do entrevistado.

“Você é negro, preto? Estamos precisando dar uma tinta em você”, disparou Perlingeiro ao carnavalesco da Portela, mostrando sua visão racista ao fazer esse tipo de comentário. Ainda continuou questionando, “Você não está com essa negritude toda. Sua mãe é negra, seu pai?”.

A Portela, em resposta, usou suas redes sociais para manifestar solidariedade aos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues, presentes no podcast. A escola de samba destacou que está comprometida com a construção de uma sociedade onde a cor da pele não seja um defeito, indo além do simples desfile carnavalesco. Além disso, a história da Portela foi lembrada, sendo uma instituição fundada por pretos, pobres e suburbanos há mais de 100 anos, e que possui como princípio a luta contra o preconceito e o apoio à diversidade.

Diante da repercussão do ocorrido, a reportagem tentou contato com a Liesa para obter um posicionamento oficial da entidade a respeito das declarações racistas feitas por seu presidente. Até o momento, a Liesa não se manifestou sobre o assunto.

O caso evidencia mais uma vez a persistência do racismo no Brasil, mesmo em ambientes onde se espera que haja respeito e igualdade. A atitude de Perlingeiro demonstra a necessidade urgente de conscientização e combate ao preconceito racial em todas as esferas da sociedade, inclusive no universo do samba e do carnaval, que possuem uma forte ligação com a cultura afro-brasileira.

É fundamental que situações como essa sejam repudiadas e que medidas efetivas sejam tomadas para garantir que todos sejam tratados com respeito e dignidade, independentemente de sua cor ou origem. Ainda há um longo caminho a percorrer no enfrentamento do racismo, e é responsabilidade de todos contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

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