De acordo com os resultados do estudo, com exceção da região Sul e do litoral dos estados de Rio de Janeiro e São Paulo, a tendência de aumento da aridez é observada em todo o país. Os pesquisadores destacam que esse processo está relacionado ao aquecimento global, o que leva a um aumento da evapotranspiração, a combinação da evaporação da água que cai no solo e a transpiração de água pelas plantas.
Os resultados do estudo foram divulgados em uma nota técnica que utiliza uma metodologia reconhecida internacionalmente. Através dela, é estabelecido o índice de aridez, calculado a partir de uma fórmula onde os valores de precipitação são divididos pela evapotranspiração potencial de cada região. Segundo a nota técnica, em regiões com índice de aridez crítico, a falta de água pode favorecer a ocorrência de queimadas e afetar severamente a agricultura e a pecuária.
Os pesquisadores afirmam que o diagnóstico produzido pelo INPE e pelo Cemaden subsidiará a Política Nacional de Combate à Desertificação, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente. A análise considerou dados levantados entre 1960 e 2020, divididos em períodos de 30 anos. Os mapas concluíram que a cada década, as áreas do semiárido do país crescem a uma taxa média superior a 75 mil quilômetros quadrados, principalmente no Nordeste e no norte de Minas Gerais. No último período considerado, 1990-2020, observou-se o aparecimento de uma área de 5,7 mil quilômetros quadrados definida como árida no norte da Bahia.
Portanto, os resultados desse estudo são um alerta para a importância de políticas de combate à desertificação e de ações para preservação e manejo sustentável das áreas afetadas. A pesquisa revela a necessidade urgente de medidas para lidar com os efeitos do clima e do aquecimento global na vegetação e nos recursos hídricos do país.