Ao votar no início da tarde, Milei afirmou que “tudo o que tinha de ser feito já foi feito” e que era hora das pessoas falarem, apesar da campanha do medo. O candidato da coalizão La Libertad Avanza expressou esperança em impedir a “continuidade da decadência” na Argentina.
Economista de formação, Milei é conhecido por suas propostas antissistema em meio a uma grave crise econômica no país, que enfrenta uma inflação de 142,7% nos últimos 12 meses. Ele prometeu dolarizar a economia e extinguir o Banco Central argentino para combater a inflação, mas suavizou algumas de suas promessas no segundo turno, garantindo que não privatizaria a saúde e as escolas públicas.
Conhecido como comentarista econômico de televisão, Milei é descrito pela mídia argentina como um amante de cães, possuindo diversos clones de um cachorro que viveu de 2004 a 2017. Apesar de se aliar a políticos de direita tradicional no segundo turno, como o ex-presidente Mauricio Macri e a candidata derrotada Patricia Bullrich, Milei atraiu principalmente os votos dos mais jovens ao se posicionar contra os políticos tradicionais, os chamando de “a casta”.
Durante a campanha, Milei foi comparado a políticos antissistema como o ex-presidente norte-americano Donald Trump e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Ele se define como libertário e anarcocapitalista, defendendo ideias como a comercialização de órgãos e a livre venda de armas. Durante o segundo turno, também criticou o Papa Francisco, a quem chamou de comunista.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou as instituições argentinas pela condução do processo eleitoral, mesmo antes da confirmação da vitória de Milei. Lula desejou sorte ao novo governo argentino, afirmando que o Brasil estará à disposição para trabalhar junto com os argentinos.
Em resumo, a eleição de Javier Milei como presidente da Argentina assinala uma mudança significativa na política do país, trazendo um candidato ultradireitista e antissistema ao poder. Sua vitória também levanta questões sobre a futura relação entre Argentina e Brasil, com Lula expressando disposição para cooperação e trabalho conjunto. É aguardado que a presidência de Milei promova mudanças profundas na direção do país e nas relações internacionais da Argentina.
