O período de escassez de investimentos nas universidades federais também coincide com o mandato do presidente Jair Bolsonaro. Durante esse período, houve uma redução significativa nos orçamentos totais das universidades federais, totalizando perdas de R$ 8,7 bilhões. Essa diminuição afetou diretamente a capacidade das universidades de realizar pesquisas, atender à sociedade e manter sua infraestrutura em condições adequadas.
A coordenadora do Sou Ciência e reitora da Unifesp de 2013 a 2021, professora Soraya Smaili, lamentou o recuo nos investimentos, ressaltando que as universidades federais têm enfrentado dificuldades para completar obras paradas e manter sua infraestrutura. Segundo ela, as universidades têm centenas de obras paradas, problemas graves em suas infraestruturas e dificuldades para adquirir equipamentos e livros fundamentais para a realização de pesquisas.
Ao longo do período de análise (2000 a 2022), os anos com os maiores valores de investimento nas universidades públicas federais foram 2014, 2013, 2011 e 2012. O painel destaca ainda que os governos anteriores, como os de Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer, tiveram maior sucesso na criação de novas universidades federais em comparação com o mandato de Bolsonaro, que criou apenas uma universidade durante seu governo.
O momento de escassez de investimentos nas universidades federais preocupa não só a comunidade acadêmica, mas também a sociedade como um todo, já que as universidades desempenham um papel fundamental na produção de conhecimento e na formação de profissionais qualificados. A falta de investimentos compromete não apenas a pesquisa acadêmica, mas também a capacidade das universidades de atender às demandas da população por meio de projetos sociais e de extensão, evidenciando a importância de um maior apoio financeiro para as instituições de ensino superior.