A coordenadora de articulação e incidência política da Iniciativa Negra, Juliana Borges, destacou o desequilíbrio no tratamento das pessoas negras em relação à atuação policial, resultando em um perfilamento racializado que determina o público alvo prioritário de abordagem policial e afeta a representação racial no judiciário brasileiro. Além disso, a pesquisa revelou que, durante operações policiais, a maioria das pessoas negras é presa, enquanto a maioria dos brancos é presa durante patrulhamentos ou investigações de denúncia anônima.
O relatório apontou que a quantidade de droga apreendida na maioria dos casos era ínfima e que as pessoas presas não eram grandes traficantes. No entanto, as ações policiais não estavam baseadas em investigação, inteligência e produção de dados, resultando em prisões arbitrárias de pessoas negras. A Polícia Militar foi apontada em 80% dos casos por agressões no momento da prisão, sendo que 66% das vítimas eram negras.
Além disso, a estrutura judicial e o sistema penal foram considerados como perpetuadores de uma lógica de encarceramento em massa que fortalece o crime organizado e desumaniza as pessoas presas. O relatório ressaltou a falta de critérios objetivos para a distinção entre usuário e traficante, o que levou ao aumento exponencial do encarceramento em massa no país.
Os dados apresentados no relatório revelaram que a maioria das pessoas presas nos processos analisados era negra, jovem, desempregada e com baixa escolaridade. Além disso, a renda das pessoas encarceradas era majoritariamente baixa, indicando um perfil majoritariamente negro e de baixa renda entre os presos por tráfico de drogas em São Paulo. É importante ressaltar que o relatório não forneceu informações sobre a fonte dos dados, e, portanto, não é possível confirmar a veracidade das informações apresentadas.