Durante o julgamento, o Ministério Público de Alagoas (MPEAL) foi representado pela promotora Adilza Freitas, que defendeu quatro qualificadoras: motivo fútil (ciúme e sentimento de posse), emprego de fogo, recurso que dificultou a defesa da vítima (ataque pelas costas) e reconhecimento de feminicídio. Todas as qualificadoras foram aceitas pelo Conselho de Sentença, contribuindo para a condenação do réu.
No entanto, um elemento surpreendente surgiu durante o julgamento. A vítima expressou arrependimento em relação à denúncia feita contra o agressor, modificando em juízo parte do relato feito anteriormente à polícia. Ela classificou tal comportamento como “conduta comum” em casos semelhantes. Essa reviravolta na atitude da vítima pode gerar debate e reflexão sobre as complexidades que envolvem casos de violência doméstica e o medo das vítimas em denunciar seus agressores.
O caso de Thiago dos Santos Silva representa mais uma triste estatística de violência contra a mulher no Brasil. O julgamento e a condenação do réu são passos importantes no combate e na punição desse tipo de crime, mas também levantam questões sobre o apoio e a proteção necessários às vítimas de violência doméstica. A atitude da vítima durante o julgamento também mostra a necessidade de compreensão e empatia com os desafios enfrentados pelas mulheres que sobrevivem a situações de abuso.
O julgamento de Thiago dos Santos Silva, portanto, vai além da mera condenação de um agressor. Ele abre espaço para reflexão sobre as complexidades e dificuldades enfrentadas pelas vítimas de violência doméstica, bem como para debate sobre os recursos e apoio necessários para protegê-las e garantir que suas vozes sejam ouvidas.