BRASIL – Presidente do Senegal reivindica reforma do Conselho de Segurança da ONU em meio à instabilidade internacional crescente

Em meio à instabilidade internacional, os governos dos países da África Ocidental estão se unindo em defesa de uma reforma nos organismos multilaterais das Nações Unidas (ONU), especialmente do Conselho de Segurança da organização. O presidente do Senegal, Macky Sall, declarou em Dakar que o sistema internacional em vigor é prejudicial aos países do continente e amplia as desigualdades. Durante a 9ª edição do Fórum Internacional de Dakar sobre Paz e Segurança na África, Sall ressaltou a necessidade de uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, argumentando que a arquitetura mundial atual não reflete a realidade anual.

O evento, que reúne cerca de 400 convidados, incluindo especialistas e representantes de governo de dezenas de países, tem como tema “O potencial e as soluções de África para enfrentar os desafios de segurança e a instabilidade institucional”. Nesse contexto, Sall enfatizou a importância de uma governança global justa e equitativa, contribuindo para um continente capaz de solucionar seus próprios desafios por meio de seus recursos.

O discurso do presidente senegalês está alinhado com a posição do governo brasileiro, que também tem defendido mudanças na governança mundial. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma visita à África, afirmou que a ONU já não representa mais a mesma inspiração para a qual foi criada, apelando por mudanças significativas no Conselho de Segurança da ONU. A inclusão permanente de representantes da América do Sul, África, Índia e Japão no Conselho de Segurança tem sido uma reivindicação constante dessas regiões.

Além disso, durante o Fórum Internacional de Dakar, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, destacou a importância de uma visão global prospectiva da geopolítica africana e planetária para encontrar soluções aos desafios econômicos e de segurança.

No contexto da África Ocidental, a ameaça terrorista é uma das maiores preocupações, com grupos extremistas como Estado Islâmico e Al-Qaeda sendo responsáveis por uma série de ataques violentos em países como Burkina Faso e Mali. De acordo com o relatório do Índice Global de Terrorismo, Mali e Burkina Faso responderam por mais de 73% do terrorismo na região do Sahel em 2022, com um aumento significativo nas mortes relacionadas ao terrorismo nesses países.

A violência em Burkina Faso também se espalhou para países vizinhos, como Togo e Benin. Entre os dez países com pior pontuação no ranking de terrorismo, cinco estão na África. Diante desse cenário, a reforma nos organismos multilaterais das Nações Unidas é vista como uma medida crucial para garantir a segurança e o desenvolvimento sustentável na região.

O posicionamento dos governos da África Ocidental e a sua busca por uma reforma na governança global refletem a necessidade de uma abordagem mais justa e equitativa para abordar os desafios regionais e globais, promovendo a segurança e o desenvolvimento sustentável.

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