BRASIL – Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino será lembrado em diversas cidades brasileiras e do mundo devido à escalada do conflito no Oriente Médio.

No dia 29 de novembro, é comemorado o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, uma resolução aprovada em 1977 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) dias após condenar a manutenção da ocupação militar de Israel nos territórios palestinos. A data foi escolhida por ser o mesmo dia da aprovação da resolução 181 da ONU, de 1947, que recomendou a partilha da Palestina entre judeus e árabes.

Apesar de ter passado 30 anos dessa resolução, em 1977 os palestinos continuavam sem Estado e acumulavam 10 anos sob ocupação militar de Israel. Foi nesse contexto que a ONU criou o dia para prestar solidariedade ao povo palestino, visando dar “maior divulgação possível de informações sobre os direitos inalienáveis do povo palestino e sobre os esforços das Nações Unidas para promover a realização desses direitos”.

Segundo o professor de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), Bernardo Kocher, a criação da data se deu pelo apagamento que a questão palestina sofreu após a criação do Estado de Israel. Estima-se que 750 mil palestinos precisaram deixar suas terras e mais de 500 aldeias palestinas foram destruídas em consequência dos conflitos decorrentes da criação de Israel.

O contexto da Guerra Fria e a crise do capitalismo da década de 1970 também contribuíram para aumentar a visibilidade da causa palestina. Aliado a isso, as ações da ONU em favor da causa palestina incluem a criação da Agência para Refugiados Palestinos (UNRWA) e um relator especial sobre direitos humanos nos territórios palestinos ocupados desde 1993, como forma de dar visibilidade ao povo palestino.

No entanto, resoluções como a 194, de 1948, que autorizou o retorno dos palestinos às suas terras, e a 242, de 1967, que determinou “a retirada das forças armadas israelitas dos territórios que ocuparam”, nunca foram cumpridas. Além disso, a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia continua, com cerca de 300 colônias consideradas ilegais pela ONU, onde vivem aproximadamente 700 mil colonos israelenses.

O relatório do último informe, publicado em outubro deste ano pela relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, citou uma série de supostas violações de direitos humanos sofridas pelas crianças palestinas, principalmente devido à prisão, interrogatório e processamento por forças de ocupação israelenses. Desde 2000, cerca de 13 mil crianças palestinas foram detidas, interrogadas, processadas e presas, com uma média de 500 a 700 crianças detidas anualmente. Este é um dos muitos motivos que levou a ONU a criar o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, a fim de prestar apoio e dar visibilidade à questão palestina.

Botão Voltar ao topo