A especialista em Saúde Pública do Instituto Leônidas e Maria Deane da Fiocruz Amazônia (ILMD/Fiocruz Amazônia) e pesquisador e médico infectologista da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do estado do Amazonas, Marcus Lacerda, explicou que o objetivo mais direto do uso do kit é evitar a transmissão da malária pelo sangue. Ele ressaltou que uma das formas muito raras de transmissão é quando uma pessoa que já está doente recebe a indicação de tomar um derivado do sangue. Se esse sangue estiver contaminado com plasmodium, o parasito da malária, ela pode ter o agravamento do quadro pela malária.
O kit, que inclui a testagem da malária na triagem das bolsas de sangue, pode identificar também HIV e hepatites B e C. Patricia Alvarez, especialista científica em Diagnóstico Molecular de Bio-Manguinhos, ressaltou que o uso do NAT Plus permitiu a identificação de bolsas de sangue contaminadas com malária fora das áreas endêmicas, aumentando a segurança nas transfusões em todo o país.
Além disso, o NAT Plus contribui para a eliminação da malária até 2035, conforme pretende o Ministério da Saúde. O médico Marcus Lacerda destacou que o NAT Plus vai contribuir no futuro para monitorar a malária na Amazônia, dentro do processo do país de eliminação da doença. Ele explicou que o kit pode ser usado como um sinal de que a malária de fato acabou em um determinado estado ou cidade, além de auxiliar no rastreamento de casos em todo o território nacional.
O uso do NAT Plus também é indicado para amostras de doadores de órgãos ou doadores mortos por parada cardiorrespiratória, ampliando a proteção em transplantes. Essa medida é fundamental para garantir a segurança e eficácia dos transplantes no país.
Com mais de 500 mil bolsas de sangue testadas, o NAT Plus mostrou um avanço significativo na detecção da malária, identificando casos em locais não endêmicos e contribuindo para a segurança das transfusões em todo o país. Com a ajuda dessa nova tecnologia, o Brasil está no caminho para alcançar a meta de eliminação da malária até 2035, proporcionando mais segurança e saúde para toda a população brasileira.