BRASIL – STF autoriza governo a solicitar abertura de crédito extraordinário para pagamento de precatórios, estima-se R$ 95 bilhões em 2023

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento virtual sobre a validade do atual regime de pagamento de precatórios, títulos de dívidas do governo federal reconhecidas definitivamente pela Justiça. Com 9 votos a favor e 1 contra, os ministros autorizaram o governo federal a solicitar a abertura de crédito extraordinário para o pagamento do estoque das dívidas judiciais, que está estimado em R$ 95 bilhões para o ano de 2023. Esses recursos não entrarão no cálculo das atuais metas fiscais, o que representa uma vitória para o governo.

O voto do ministro Luiz Fux, relator do caso, foi determinante para a decisão, já que ele declarou parcialmente a inconstitucionalidade do teto de gastos para o pagamento de precatórios, proposto em 2021 pelo governo de Jair Bolsonaro e aprovado pelo Congresso Nacional para cumprir as metas fiscais. A constitucionalidade do novo regime foi questionada no Supremo por ações protocoladas em 2021 pelo PDT e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A maioria de votos a favor da medida foi formada na segunda-feira (27), mas a análise foi suspensa por um pedido de vista. Agora, com a conclusão do julgamento, o governo federal tem aval para buscar recursos extraordinários para quitar as dívidas judiciais, atendendo a uma demanda antiga de diversos setores da sociedade.

Essa decisão do STF tem um impacto significativo nas contas públicas e no cumprimento das metas fiscais estabelecidas. A autorização para abrir crédito extraordinário, especificamente para o pagamento de precatórios, demonstra uma flexibilização das regras fiscais em prol da quitação dessas dívidas. Porém, a medida também gera preocupação em relação ao equilíbrio fiscal e à responsabilidade na gestão dos recursos públicos.

Agora, caberá ao governo federal definir os próximos passos e a forma como pretende lidar com essa nova possibilidade de obtenção de recursos para quitação das dívidas judiciais. A decisão do STF abre caminho para mudanças significativas no regime de pagamento de precatórios e traz consigo um debate sobre os impactos fiscais e jurídicos dessa flexibilização.

Botão Voltar ao topo