BRASIL – Pesquisa revela que mais da metade dos jovens com HIV aprovam o acolhimento nos serviços de saúde no Brasil.

Pesquisa revela que mais de 50% dos jovens que vivem com HIV aprovam acolhimento em serviços de saúde no Brasil

Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que mais da metade dos jovens que vivem com HIV no Brasil aprovam o acolhimento recebido em serviços de saúde. Os dados do levantamento foram divulgados na sexta-feira (1º), em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids, data instituída pela Assembleia Geral da ONU em 1988.

Intitulada “Nós somos a resposta: O que adolescentes e jovens que vivem com HIV/aids pensam sobre o acesso aos serviços de saúde no Brasil”, a pesquisa apontou que 64% dos participantes do questionário online avaliaram positivamente o acolhimento recebido, enquanto 35,7% o classificaram como razoável ou ruim.

Entre os desafios apontados pelos jovens entrevistados, estão situações de desrespeito à privacidade, desconforto durante o atendimento e sentimentos de culpa ou vergonha por serem portadores do vírus. Além disso, 13% relataram terem tido o diagnóstico positivo revelado sem consentimento pela equipe de saúde e 20% foram orientados a não ter relações sexuais, o que vai contra a legislação federal de sigilo em relação aos resultados de exames de HIV.

Outro ponto levantado foi a questão do deslocamento até os serviços de saúde, com 21% dos entrevistados afirmando levar mais de uma hora para chegar, o que pode afetar a adesão ao tratamento, segundo Luciana Phebo, chefe de saúde do Unicef no Brasil.

O Brasil registrou 43.403 novos casos de infecção por HIV em 2022, totalizando cerca de um milhão de pessoas vivendo com o vírus. No entanto, a pesquisa evidenciou que a maioria dos pacientes que estão em tratamento antirretroviral conseguem reduzir a carga viral no sangue para níveis indetectáveis, o que diminui o risco de transmissão do HIV.

A pesquisa foi realizada com o apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids. Entre os desafios apontados pelos jovens, estão a escassez de informações e a falta de clareza na comunicação sobre possibilidades de tratamento e sobre o processo de marcação de exames e consultas. A pesquisa destaca a importância de transformar unidades de saúde em espaços acolhedores para adolescentes e jovens, e empoderar redes de adolescentes e jovens e conscientizá-los sobre seus direitos em relação aos serviços de saúde universais, humanizados e de qualidade.

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