Essas declarações foram feitas após Lula se encontrar com o presidente francês, Emmanuel Macron, no último sábado (2), em uma tentativa de impulsionar as negociações. A França é um dos países que se opõem ao acordo Mercosul-UE, e Macron chegou a classificar o acordo como “incoerente” e “mal remendado”, argumentando que ele não leva em consideração a biodiversidade e o clima.
Por outro lado, Lula acusou a França de protecionismo em relação aos seus interesses agrícolas e defendeu alterações em pontos do acordo de livre comércio, incluindo licitações de compras governamentais.
O presidente brasileiro ressaltou que o Brasil e os países da América do Sul não estão dispostos a fazer um acordo que resulte em prejuízos para eles, reforçando a independência e a determinação em obter um acordo equilibrado.
Esta situação ocorre após 20 anos de negociações para a aprovação do acordo, que abrange temas tarifários e regulatórios, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias, fitossanitárias e propriedade intelectual.
Em meio a essas discussões, Lula concluiu que, caso o acordo não seja alcançado, ficará claro quem é o responsável pelo impasse. Ainda assim, reiterou que o Brasil não fará um acordo que resulte em prejuízos para o país.
O presidente brasileiro também enfatizou que as nações sul-americanas não são mais colonizadas e buscam ser tratadas com respeito e equidade nas negociações comerciais internacionais.
Estas declarações de Lula ocorreram após sua visita ao Oriente Médio, antes de viajar para a Alemanha, onde terá compromissos da agenda bilateral. Na Alemanha, um dos países defensores do acordo Mercosul-UE, o presidente brasileiro deverá dar continuidade às discussões sobre o tema.