De acordo com as investigações, estima-se que cerca de 22 mil hectares tenham sido “grilados” e que uma grande parte dessas terras tenham sido desmatadas para a criação de gado. A operação conta com a participação de aproximadamente 80 policiais e está cumprindo 11 mandados de busca e apreensão nos dois estados.
A batizada Retomada II identificou a participação de engenheiros, empresários e servidores públicos do estado do Pará, bem como uma família de agropecuaristas, como integrantes da organização criminosa. Além disso, duas empresas de regularização fundiária foram alvo da operação, juntamente com o escritório de uma advogada que teria acesso privilegiado a autuações e embargos realizados por uma autarquia ambiental federal.
A Justiça Federal decretou o sequestro de aproximadamente R$ 116 milhões, nove imóveis, além do afastamento das funções dos servidores públicos e da advogada. As investigações da operação apontaram que as empresas, por meio de seus sócios e funcionários, teriam fraudado cadastros de áreas públicas da União através da inserção de dados falsos em sistemas e falsificação de documentos. Os funcionários das empresas também atuavam no planejamento e acompanhamento, em tempo real, do desmatamento.
A PF ressaltou ainda que a advogada está sendo investigada por, supostamente, negociar o pagamento de propina a servidores públicos estaduais que teriam flagrado o desmatamento ilegal.
A primeira fase da Operação Retomada foi deflagrada em agosto de 2023, quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nos municípios de Novo Progresso (PA) e Sinop (MT), além do sequestro de veículos, cerca de 20 imóveis (sendo 11 fazendas), e a indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado.
A PF continua trabalhando para desbaratar essas organizações criminosas que atuam na prática de invasão e desmatamento ilegal de terras da União, trazendo danos irreparáveis ao meio ambiente e à sociedade.
