BRASIL – Diretor-geral da OPAS/OMS prioriza a eliminação do câncer do colo de útero nas Américas até 2030, mas enfrenta desafios.

A luta contra o câncer do colo de útero nas Américas foi destacada pelo diretor-geral da Organização Pan-americana da Saúde, da Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), Jarbas Barbosa, como uma das prioridades do seu trabalho na entidade. A meta de eliminação da doença enfrenta desafios, uma vez que a taxa de incidência da doença na América Latina e no Caribe é quase três vezes superior à meta estabelecida de quatro em cada 100 mil mulheres.

Durante sua participação em um evento sobre a prevenção e os desafios da vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), Barbosa ressaltou a importância de trabalhar em conjunto com governos, sociedade civil, universidades, setor privado e comunidades para alcançar a meta de eliminação do câncer cérvico-uterino até 2030. Ele alertou que a pandemia de covid-19 atrasou a vacinação e o tratamento contra o HPV, o que impactou negativamente a cobertura vacinal em muitos países das Américas.

Barbosa explicou que, além da vacinação, os testes moleculares de HPV e o tratamento ablativo estão à disposição das populações, mas o maior desafio tem sido garantir que essas ferramentas sejam acessíveis e disponíveis de forma equitativa para todas as mulheres e meninas, especialmente entre as populações mais vulneráveis. Ele destacou a importância da introdução de estratégias de melhoria da cobertura vacinal, como a coordenação de campanhas de imunização e a transição para esquemas de dose única.

O diretor elogiou os avanços que já surgiram no combate à doença, como a introdução de vacinas contra o HPV em programas nacionais de 47 países e territórios nas Américas, bem como a vacinação em meninos contra o HPV em 27 países. Ele enfatizou a importância da aplicação de dose única da vacina para alcançar uma cobertura mais elevada e parabenizou o Ministério da Saúde do Brasil pelos esforços para recuperar as taxas de cobertura vacinal após o impacto da pandemia.

Além da vacinação, o diretor destacou a importância do rastreamento e tratamento do câncer do colo de útero. Ele ressaltou a necessidade de transição para abordagens mais simples, como testes mais eficazes de HPV e tratamento ablativo. Barbosa mencionou a colaboração da OPAS com os países-membros para introduzir o teste de HPV em serviços de atenção primária em saúde e incentivou a adoção de estratégias de rastreamento baseadas em testes moleculares de HPV.

Apesar dos desafios, Barbosa demonstrou confiança na capacidade dos países das Américas de atingir as metas estabelecidas para a vacinação e o tratamento contra o câncer do colo de útero. Ele enfatizou a importância do compromisso e da forte vontade política para alcançar essas metas e elogiou o Ministério da Saúde do Brasil pelo lançamento da campanha de eliminação do câncer do colo de útero pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), demonstrando preocupação em atingir as populações mais vulneráveis.

A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVSA/MS), Ethel Leonor Noia Maciel, reforçou a importância da vacinação contra o HPV e outras doenças como prioridade da pasta. Ela destacou a implementação da metodologia de microplanejamento em colaboração com a OPAS para identificar as barreiras à execução da vacinação nos diversos estados e no Distrito Federal.

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