BRASIL – Falecimento de Ennio Candotti, cientista e diretor do Museu da Amazônia, deixa lacuna na comunidade científica brasileira aos 81 anos

O Brasil perdeu nesta quarta-feira um dos grandes nomes da ciência nacional. Aos 81 anos, faleceu Ennio Candotti, um dos mais proeminentes físicos e defensores da divulgação científica no país. Além de fundador e diretor do Museu da Amazônia (Musa), Candotti foi eleito quatro vezes presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entre os anos de 1989 e 2007.

Nascido na Itália, em 1942, Candotti chegou ao Brasil em 1952, em meio a uma crise econômica. O físico se formou em física pela Universidade de São Paulo (USP) em 1964 e, posteriormente, realizou especializações na Università degli Studi di Napoli, na Itália. Ele também atuou como professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e foi uma figura proeminente no combate às políticas nucleares do governo de Ernesto Geisel, nos anos 1970.

Ao longo de sua carreira, Candotti se destacou como grande divulgador da ciência, tendo recebido em 1998 o prêmio Kalinga da Unesco por sua contribuição à popularização da ciência. Seu legado também inclui a criação da revista Ciência Hoje e inúmeros projetos e iniciativas no campo da educação e divulgação científica.

Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade à família e amigos de Candotti, destacando o comprometimento do físico com o desenvolvimento científico e a preservação do meio ambiente. O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) também lamentou a morte do especialista, ressaltando seu conhecimento e contribuições notáveis para o avanço da ciência no Brasil.

O legado de Candotti também foi ressaltado pelo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, que o descreveu como “um visionário e incansável batalhador pelos temas que considerava altamente relevantes para o país”. A comunidade científica brasileira perde, assim, um líder apaixonado pela melhoria do conhecimento científico da sociedade e pela defesa da Amazônia.

O falecimento de Ennio Candotti representa uma perda irreparável para a ciência brasileira e deixa uma lacuna na comunidade científica do país. Seu legado como cientista e divulgador científico segue como exemplo de dedicação, comprometimento e amor pela ciência, inspirando futuras gerações de pesquisadores e educadores. O velório será realizado nesta sexta-feira no Museu da Amazônia, em Manaus, e a ciência brasileira presta homenagem a esse grande nome que tanto contribuiu para o avanço do conhecimento e da pesquisa em nosso país.

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